BANCO CENTRAL lança MOEDA de R$ 1 REAL para COMEMORAR os 30 ANOS do FRACASSO da MOEDA BRASILEIRA

O Banco Central lança mais uma moeda feia para comemorar o aniversário do nosso real. Mas será mesmo que temos algo a comemorar?

O Banco Central do Brasil lançou, recentemente, um novo modelo para as moedas de 1 real. Pois é elas ainda existem, mesmo que não dê pra comprar mais nada com elas. O motivo para essa iniciativa é bastante simbólico: trata-se de uma comemoração aos 30 anos de circulação dessa que é a mais recente e bem-sucedida experiência monetária brasileira. Sim: o real já não é mais um menino e, apesar de parecer caquética, nossa moeda estaria na flor da idade adulta. Pois então, parece que estamos mesmo diante de um bom pretexto para o lançamento de uma moeda comemorativa, não é mesmo?

Bem, a verdade é que moedas lançadas em ocasiões especiais não são exatamente uma novidade no Brasil - nem em outros países. Alguns modelos, inclusive, são realmente raros! Nós já falamos sobre outra moeda comemorativa brasileira aqui no canal, no vídeo: “Banco Central lança MOEDA COMEMORATIVA de R$ 5: mas será que temos mesmo algo a comemorar?” - link na descrição. Desta vez, contudo, estamos diante de uma moeda que não tem nada de extraordinário.

Afinal de contas, o Banco Central vai cunhar 45 milhões dessas moedas comemorativas; então, não há motivos para empolgação: essa moeda não vai valer muita coisa, no futuro. Aliás, é bem provável que ela valha muito menos do que vale hoje - mas nós já vamos chegar nesse ponto. Apenas para você ter uma ideia do quão ordinário é essa moeda: as versões comemorativas representam praticamente 1/3 de todas as 147 milhões de moedas de 1 real que serão cunhadas e distribuídas, este ano, pelo Banco Central.

O novo modelo comemorativo também é ordinário, em se tratando de sua aparência. Não há muitas mudanças estéticas em relação ao modelo padrão das moedas de 1 real, atualmente em circulação. Basicamente, parece apenas que a Marianne, a efígie do real, levou um soco no nariz e ficou desfigurada. Fora isso, temos, na borda, a menção aos 30 anos do real, e só. Nem novas cores, nem texturas diferentes: apenas mais do mesmo.

Olhando sob esse prisma, não parece que a moeda lançada em comemoração ao jubileu de prata do real era muito mais bonita? Com aquela mamãe passarinho alimentando seus filhotes, em oposição à figura de beleza duvidosa e com inspiração pagã adotada no dinheiro estatal brasileiro? Bem, talvez a explicação para o capricho daquela moeda, em comparação com a atual, esteja no valor. Afinal de contas, 5 anos atrás, 1 real valia muito mais do que vale hoje. Ou se quiser entender de outro jeito: há 5 anos atrás era possível comprar alguma coisa com 1 real.

E, agora que esse gancho foi estabelecido, vale a pena perguntar: será que temos mesmo o que comemorar, decorridos 30 anos do Plano Real? Bem, se pensarmos que a coisa poderia ser bem pior, sim - há muito o que se comemorar. Porém, a verdade é que, ainda assim, as três décadas de vigência da mais recente moeda brasileira testemunharam, de fato, uma pesada desvalorização monetária.

Teoricamente hoje, a nossa moeda de 1 real vale apenas 12 centavos, se comparada com o valor do real de 1994, ano de instituição dessa nova moeda. E sim: naquela época ainda era possível separar moedinhas para se chegar a esse valor fracionado, porque a saudosa moeda de 1 centavo ainda circulava nos bolsos e nas carteiras dos brasileiros. Hoje, essa moedinha virou camisa de saudade - tal como a nota de 1 real, que só é usada, atualmente, como amuleto por quem a possui.

Estamos falando de mais de 700% de inflação acumulada ao longo dessas três décadas de história monetária. E se você acha que é difícil imaginar o que isso representa, na prática, pense apenas que 100 reais, em 1994, enchiam um carrinho de supermercado. Hoje, esses mesmos 100 reais enchem, no máximo, uma sacola. Definitivamente, guardar dinheiro debaixo do colchão não é e nunca foi uma opção no Brasil.

Novamente, a crítica que fazemos ao Plano Real é com ressalvas, porque poderia ser muito pior. Esse plano foi a melhor coisa que o Brasil já teve desde os réis do império. Pois é, esses milicos sociais democratas adoram um nacional desenvolvimentismo, o problema é que isso custa caro, mais caro do que o país pode suportar.

O fato é que, sim, o real está perdendo valor - e cada vez mais rápido. Não estamos falando da enganação que são os índices de inflação, como o IPCA. Agora que os funcionários do IBGE começaram a protestar contra a falta de transparência na gestão de seu chefe, Márcio Pochmann, ficou claro, para todos, que os números gerados por esse órgão não são nada confiáveis. Nós, como bons aprendizes da escola austríaca de economia, vamos analisar outra métrica: a expansão da base monetária - aquilo que, de fato, representa a inflação da moeda.

Se analisarmos o gráfico do agregado M2 do real - que, basicamente, compreende o total do dinheiro em circulação na economia, somado a todos os depósitos e investimentos de alta liquidez, - vamos ter uma boa noção desse problema. Apenas nos últimos 12 meses, a base monetária do real se expandiu 15%. Trocando em miúdos, podemos dizer que o real se depreciou 15% nesse período. Sim, essa é a inflação real - aquela que o IPCA não consegue, ou não quer, medir.

Agora, se você não consegue perceber essa desvalorização toda no seu dia-a-dia, existe uma explicação bastante simples para esse fenômeno: a alta taxa básica de juros. Hoje, a Selic é responsável por segurar a circulação de toda essa grana nova na economia. Só que, em algum momento, a coisa vai sair de controle - ou pelo aumento contínuo da moeda, ou pela necessidade de marretar essa taxa de juros para baixo. E aí, meu amigo, o fundo do poço monetário será apenas o começo.

Com base nessa tendência de desvalorização do real, podemos até tentar fazer um exercício de futurologia, para mensurar qual será o valor da moeda quando a versão comemorativa de 40 anos for lançada. Será que ainda teremos uma moeda de 1 real, quando esse dia chegar? Aliás, será que o real vai conseguir completar 40 anos? A média de sobrevivência de uma moeda brasileira é de apenas 15 anos; então, podemos dizer que o real já é está fazendo hora extra.

É claro que não precisamos ser tão dramáticos assim. Pode ser que o real sobreviva a mais uma década; e, talvez, ele chegue mesmo ao próximo jubileu. Mas, sem dúvidas, ele estará profundamente desvalorizado, em qualquer ponto do futuro. E, na medida em que o atual governo segue em seu impulso de expansão monetária, a certeza de que o real seguirá perdendo valor, e muito rápido, se torna inquestionável.

Mas, diante desse cenário, o que fazer? Sentar e chorar? Colecionar as moedas comemorativas, que nada mais são do que um ode à desvalorização promovida pelo estado? Bem, você deve fazer isso apenas se quiser pagar pra ver aonde essa história vai dar - e se ela vai ter um final feliz, o que provavelmente não vai acontecer. Do contrário, você deveria pensar seriamente em tirar o governo do seu dinheiro, para evitar ser constantemente assaltado pelo imposto inflacionário.

Talvez - apenas talvez, - você devesse considerar preservar pelo menos uma parte do seu patrimônio em uma moeda que esteja a salvo das garras dos políticos - como o Bitcoin. Isso não é um recomendação de investimentos, nem mesmo um conselho propriamente dito - afinal de contas, cada um faz o que quer com o fruto do seu próprio trabalho. Contudo, temos a necessidade moral de alertar os nossos espectadores a respeito dos problemas de uma moeda que, desde sua última edição comemorativa, já teve sua base monetária ampliada em mais de 100%.

Fazer moedas para ocasiões especiais, no atual cenário, não é um grande desafio - seja para o Banco Central, seja para a Casa da Moeda, que é quem realmente coloca a mão na massa, ou no metal. Se, em tempos passados, as moedas eram cunhadas em metais de grande valor, com características artísticas admiráveis, as atuais moedas estatais não são apenas feias. Elas praticamente não têm valor: o metal vagabundo em que são cunhadas custa uma merreca. E, principalmente: o que elas representam vale cada vez menos.

Já se foi ao longe o tempo em que moedas governamentais tinham valor em si mesmas, ou representavam a escassez necessária para o bom funcionamento da economia.

Por isso, ao invés de ficar admirando a beleza - ou falta dela - das moedas de metal vagabundo, talvez seja melhor buscar alternativas que não são mais moedas físicas controladas pelo estado, mas são iniciativas mais seguras, por estarem fora do estado. Não há qualquer indício de que o fenômeno de desvalorização da moeda estatal que temos visto vai ser revertido, em algum momento num futuro próximo. Pelo contrário: o mais provável mesmo é que o real, em algum momento, siga o caminho tenebroso de seus antecessores. Quando isso acontecer, todos aqueles que tiverem tirado o seu dinheiro do estado poderão respirar aliviados - por poder contar com uma moeda que, definitivamente, estará livre das mãos sedentas dos políticos.

E para continuar falando sobre a trajetória de nossa moedinha de banco imobiliário, veja agora o vídeo: “O MAIOR programa SOCIAL da história: Plano Real completa 30 ANOS com muita DESVALORIZAÇÃO”, o link segue na descrição.

Referências:

O MAIOR programa SOCIAL da história: Plano Real completa 30 ANOS com muita DESVALORIZAÇÃO:
https://www.youtube.com/watch?v=4t9ZUckvALI

Banco Central lança MOEDA COMEMORATIVA de R$ 5: mas será que temos mesmo algo a comemorar?
https://www.youtube.com/watch?v=ycCEmI_zhmU

https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/07/01/30-anos-do-real-como-era-a-vida-antes-do-plano-economico-que-deu-origem-a-moeda-brasileira.ghtml

https://tradingeconomics.com/brazil/money-supply-m2