Bispo é preso na China por não se dobrar ao comunismo

Se tem uma coisa que o Xi Jinping sabe fazer bem, é seguir fielmente a cartilha de Karl Marx.

Peter Shao Zhumin, um bispo chinês que atua na diocese de Wenzhou, foi preso após criticar a interferência do regime comunista da China nos assuntos internos da Igreja católica. Sua detenção aconteceu no início de fevereiro deste ano e depois disso ninguém mais soube notícias do bispo, nem as organizações que visam defender os Direitos Humanos, nem dos membros da diocese. É mais uma violação de direitos humanos perpetrada pelo partido comunista chinês, nosso querido PCC. Como sabemos, qualquer indivíduo que ouse sequer proferir qualquer crítica inocente contra o PCC de lá, será tomado como uma ameaça à tirania comunista na China, sendo logo inserido na lista negra do regime e tendo sua vida e liberdade em sérios riscos. Por isso que milhares de cristãos e outros grupos de dissidentes já fugiram do país - o amor não aceita divergência. Nem lá e nem aqui...

O que aconteceu nesse caso foi que Shao Zhumin não aceitou aderir à Associação Patriótica Católica Chinesa, instituição essa que é apenas mais um braço do Partido Comunista. Podemos ver como o estado chinês usa de instituições com nomes até bonitinhos para avançar no controle sobre a população e perverter as instituições sociais, sendo a Igreja Católica apenas mais uma instituição a ser dominada e usada para fins revolucionários. Isso tudo foi revelado pela ONG China Aid. O bispo em questão já é um conhecido dissidente na China, tendo sido detido com certa frequência por vários meses pelas autoridades locais de Wenzhou. Essa repressão é uma tática do regime comunista para tirar poderes e autonomia da igreja católica na região. Um exemplo, é que o Bisco Shao geralmente é preso pelo governo em datas importantes do calendário eclesial, como a Páscoa e o Natal, sendo impossibilitado de celebrar a missa com a congregação. É tipo aquela prisão que serve de exemplo para outras pessoas, onde foi que eu já vi isso mesmo?

Para substituir o bispo e supervisionar a diocese, a ditadura de Xi Jinping nomeou o Padre Ma Xianshi, que é membro dessa tal Associação Patriótica Católica Chinesa, permitida pelo regime. A situação do bispo detido não parece ser nenhum pouco boa, pois, segundo o portal AsiaNews, as forças de segurança de Wenzhou detiveram o bispo Shao Zhumin sob custódia em 2 de janeiro. Segundo uma fonte: “O bispo recebeu ordens de trazer roupas para primavera, verão, outono e inverno. Isso sugere que sua situação não é promissora e que ele provavelmente ficará detido por um longo tempo. Os fiéis estão preocupados porque nem sabem onde ele será detido”.

As autoridades chinesas têm assediado o Bisco de uma forma cruel há muito tempo. Alguns dias antes do Natal, em 16 de dezembro de 2023, o bispo Zhumin foi sequestrado pelas forças de segurança, sendo libertado somente dois dias depois. Além disso, entre os dias 24 e 25 de dezembro, ele foi novamente levado ao condado de Taishun, em Wenzhou, para que o líder religioso não pudesse celebrar a missa de Natal. Essas ações covardes e violentas do governo chinês revelam, além de tudo, um caráter anticristão.

Shao Zhumin confrontou as decisões adotadas pelos padres diocesanos em relação à divisão das paróquias e à transferência de padres, também ao rebaixamento da Diocese de Lishui ao status de paróquia sob a Diocese de Wenzhou, e à promoção de seminaristas.

O bispo também manifestou seu descontentamento em relação à medidas tomadas pelo PCC sem sua autorização e que impactaram a diocese na qual exerce sua função, resultando posteriormente em sua detenção. Conforme estabelecido no Código de Direito Canônico, as nomeações de pessoal, consagrações e transferências dentro da Igreja devem ser unilateralmente decididas ou autorizadas pelo bispo. A ordenação por alguém que não possui a devida autoridade eclesiástica automaticamente resulta na suspensão da pessoa ordenada. Mas para um bom comunista todo poder mama no povo, então esse negócio de hierarquia só é bom quando um comuna pode mandar. Que história é essa de direito canônico e padre cumprindo determinações de outrem que não seja da turminha do amor? Fascistas esses padres!

Na correspondência, Dom Peter Shao expressou a intenção de se reunir com o Padre Ma para discutir os desafios atuais enfrentados pela diocese. No entanto, recebeu uma resposta indicando que um encontro seria "inconveniente".
O bispo Zhumin, de 61 anos, foi detido sob suspeita de resistir à interferência das autoridades estatais nos assuntos da diocese localizada na província de Zhejiang, na China. Nomeado pelo Vaticano em 2011, Shao Zhumin assumiu como bispo legítimo em setembro de 2016, sucedendo o Bispo Vincent Zhu Wei-Fang, que então falecera.

O caso desse bispo católico é apenas mais um em meio a uma já antiga perseguição aos cristãos na China. O gigante asiático é governado por marxistas desde o período maoista e, de lá pra cá, todo tipo de opressão contra os inimigos do regime tem sido adotada. Os cristãos e suas igrejas sempre representaram uma ameaça aos dogmas comunistas, já que o grande objetivo dos comunistas é destruir qualquer visão de transcendência e verdade universal, substituindo a imagem de Jesus pela figura do ditador no poder. Só o poder estatal passa a importar; a verdade, para os comunistas, vem das autoridades estatais que sempre sabem o que é melhor para cada indivíduo, e quem discordar, vai para o paredão!

A ONG Portas Abertas revelou na Lista Mundial de Perseguição Religiosa que a China é o país que tem o maior número de igrejas fechadas, e especula-se que esse número já tenha superado 10 mil templos. No país comunista, nenhum indivíduo está protegido pelo devido processo legal ou tem seus direitos de defesa garantidos. As pessoas são praticamente sequestradas e levadas a interrogatórios obscuros, alguns são liberados tempos depois, outros, no entanto, continuam presos sem nem mesmo poder ter contato com advogados e seus familiares. Qualquer semelhança com “O processo” de Kafka não é mera coincidência, os moldes da justiça chinesa foram estabelecidos pelos comunistas de então, entre eles os do leste europeu, onde Kafka viveu.

Mas vamos recapitular um pouco esse passado sombrio do Partido Comunista na China. Foi durante a Revolução Cultural, liderada por Mao Tsé-Tung, que entre 1966 e 1976 houve uma cruel perseguição religiosa. Os comunistas sempre usaram as táticas de propaganda, doutrinação e incitação de ódio entre seus seguidores para demonizar suas vítimas perante a população – essa é uma forma de normalizar a perseguição e a violência. No período maoista, muitas igrejas foram fechadas, templos destruídos e líderes religiosos foram severamente perseguidos e condenados. O governo proibiu qualquer tipo de prática religiosa e os cristãos, além de outros membros de diferentes comunidades religiosas, enfrentaram discriminações pelos chineses. A Revolução Cultural que foi o maior ataque à liberdade religiosa na China e ela tem sido recuperada por Xi Jinping, que inclusive é um admirador de Mao.


Em suas propagandas, os comunistas sempre retratam a religião como se fosse uma tradição retrógrada e que ameaça o progresso socialista. Na maioria das vezes os líderes religiosos são malvistos e rotulados como inimigos do povo, do estado e do partido, sendo acusados de incitar uma “contrarrevolução”. Foi exatamente assim na União Soviética quando inúmeras igrejas foram destruídas, e somente aqueles que se tornaram lacaios leais ao Partido Comunista conseguiam algum apoio e permissão de aturem no país. Assim, os comunistas se infiltraram em instituições religiosas e colocaram seus lacaios para controlar a Igreja e seus fiéis. Dessa forma, a prática religiosa é bastante regulamentada na China, e os grupos religiosos são monitorados.
O que sobra desse processo é apenas uma religião de aparência, de rituais vazios, mas que perdeu sua fé original, perdeu seu elo com as demais igrejas católicas mundo afora, perdeu a metafísica, perdeu a transcendência.

A liberdade religiosa é um valor intocável em uma sociedade de leis privadas! Nenhum político ou burocrata pode dizer qual religião você deve professar, muito menos interferir em assuntos internos dessas organizações. Cada igreja, como livre associação de indivíduos que tem fé e visão de mundo em comum, é um ente voluntarista que, enquanto não agressivo, deve ser valorizado e respeitado. As comunidades religiosas e suas igrejas são instituições legítimas enquanto em livre associação.
Claro, não estamos defendendo pseudorreligiões, que defendem abertamente a violência contra pessoas pacíficas, porque essas sim devem ser denunciadas e combatidas! Há também casos de líderes religiosos que promovem flagelos suicidas, tudo isso é um horror e não se trata de religião. Temos que lembrar que o nome religião vem de religar, ou seja, seria aquela organização que atua no religamento entre o céu e a Terra, entre Deus e o ser humano. Inclusive a experiência religiosa é extremamente libertária, pois se dá no sentido personalíssimo! Cada indivíduo tem a possibilidade de uma experiência transcendente e mística, que varia de acordo com sua cultura, formação e idade; mas única e intransferível.

Os cristãos normalmente não promovem incitação ao ódio, crime ou agressão; muito pelo contrário. Os ensinamentos de Jesus foram bastante nobres e virtuosos, passados ao longo de inúmeras gerações, e que construiu um importante pilar da civilização ocidental da qual participamos. Entre os principais ensinamentos de Jesus estão o amor ao próximo, o arrependimento por erros cometidos, o perdão para com os outros, a humildade, o serviço e a busca pela verdade. Uma boa máxima cristã é “ora et labora”, do latim “reze e trabalhe”. Que mal pode fazer isso? A não ser que você seja um comunista e almeje o poder absoluto.
Portanto, não é difícil entender o motivo pelo qual os cristãos são tão odiados pelo estado chinês: os comunistas odeiam esses princípios, já que o credo marxista é baseado no ódio de classes e na expropriação das propriedades privadas. Uma sociedade justa, livre, caridosa e pacífica é a completa antítese do que os comunistas defendem.

Essa intolerância religiosa, infelizmente, está mais perto do que pensamos. Veja que várias ações de comunistas chineses são emuladas pelos togados daqui e, na Nicarágua, país comandado pelo ditador comunista Daniel Ortega, padres e bispos são presos ou expulsos do país; nenhum tipo de cristianismo é tolerado. Para saber mais sobre esse caso, veja agora o vídeo: “BISPO da NICARÁGUA foi CONDENADO a 26 anos de PRISÃO”, link logo abaixo na descrição.

Referências:

BISPO da NICARÁGUA foi CONDENADO a 26 anos de PRISÃO - Visão Libertária
https://youtu.be/rWR-Gsu1TrI

https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/bispo-e-preso-por-criticar-interferencia-do-partido-comunista-em-diocese-na-china/#:~:text=O%20bispo%20de%2061%20anos,Bispo%20Vincent%20Zhu%20Wei%2DFang