Será que a inteligência artificial criará uma demogracinha artificial ou talvez uma democracinha expandida e mais eficiente?
Deixando de lado toda a briga política pela prefeitura, um candidato a vereador para a cidade de São Paulo tem o auxílio de uma Inteligência artificial para o auxiliar como sua principal proposta. De forma bem sensacionalista, podemos dizer que um robô está concorrendo para uma vaga no legislativo em São Paulo, com o objetivo de integrar tecnologia e política, prometendo aproximar os cidadãos das decisões políticas.
Lex, a IA que concorre ao lado de Pedro Markun (Rede) em uma "candidatura conjunta", é um modelo de linguagem avançado (LLM, na sigla em inglês), capaz de analisar dados, propor leis, resumir debates e interagir com a população. "O futuro é inevitável. Isso não significa que não podemos mudá-lo", afirma o candidato.
Ele esclarece que Lex atuaria como uma "co-vereadora", auxiliando na triagem de projetos de lei em discussão na Câmara Municipal. Além disso, Lex funcionaria como um meio de comunicação entre os cidadãos e o legislativo, permitindo que as pessoas enviem sugestões e críticas por meio de aplicativos de mensagem.
Durante a campanha, a Meta suspendeu a conta da Lex no WhatsApp no início de setembro, alegando que havia um uso político da API da plataforma. A equipe de Markun está buscando reverter essa decisão e tudo o que posso desejar nessa briga de Parasitas Estatais vs Empresas Bilionárias Progressistas é que ambos se matem no processo.
Pelas palavras do candidato, a IA parece que vai se tornar uma versão automatizada dos assessores e burocratas de Brasília, que todo dia geram seus textos para exaltar a "santa demogracinha" e, sendo bem sincero, estou torcendo para que a I.A acabe com esse tipo de "pseudo emprego". Mas indo aos problemas naturais, um robô não consegue lidar com algumas situações que precisam de julgamento humano.
Como exemplo, podemos citar o experimento da startup californiana "Altera", chamado "Projeto Sid", que visava criar uma simulação com 1000 agentes autônomos de inteligência artificial para formar uma sociedade dentro do mundo de Minecraft. O projeto, liderado pelo CEO Robert Yang, um ex-professor assistente do MIT, explorava o potencial dos agentes de IA para formar sociedades complexas e refletir desafios do mundo real, sem a perspectiva emocional humana.
Os agentes de IA no Projeto Sid operaram de maneira independente, sem qualquer intervenção humana, desenvolvendo um sistema econômico, estruturas governamentais e até cultos religiosos. O processo foi documentado e postado no YouTube pelo canal da startup, cujo link está abaixo para você conferir.
Por conhecerem bem as mecânicas do jogo, as IAs conseguiram coletar mais de 300 itens exclusivos, junto de 32% de todos os itens disponíveis. Os agentes começaram a usar minérios como moeda de troca entre os "jogadores". Em uma das simulações, um padre começou a subornar outros players de IA para se converterem à sua religião, sem ter os limites morais que um ser humano possivelmente teria. Alguns bots do governo começaram a votar em emendas constitucionais com base em conhecimentos da vida real e em prioridades políticas dentro do jogo.
A empresa até simulou duas civilizações políticas, uma baseada no governo Trump e outra nas propostas de Kamala Harris. É óbvio que a empresa não seria louca de dizer qual se saiu melhor, mas destacaram que ambas as civilizações receberam um template de constituições e votaram em emendas e medidas governamentais baseadas nas propostas dos republicanos e democratas da vida real. Segundo o CEO: “Sob Trump, a simulação aprovou novas leis para aumentar a quantidade de policiais no mundo. Sob Kamala, eles se concentraram na reforma da justiça criminal e na remoção da pena de morte.” Vamos deixar você julgar qual se saiu melhor.
Segundo o site da empresa, o Minecraft é apenas uma plataforma inicial, e o objetivo é desenvolver seres humanos digitais capazes de ter coerência, colaboração e progressão a longo prazo. Um dos problemas relatados foi a falta de senso e julgamento da IA para tomar decisões, ao ponto de que, se você pedisse a uma IA fazendeira para matar todo seu gado, ela faria sem questionar. Essas são coisas que um ser humano normal teria mais facilidade em julgar.
Para demonstrar isso, existe um gênero específico de servidores de Minecraft chamado "Towny", onde os players podem criar sua própria cidade ou nação com outros jogadores, incluindo um sistema de economia e guerras. Você pode criar sua sociedade da maneira que quiser e optar por uma nação monarquista, democrática ou até mesmo uma ditadura socialista. Se você quiser assistir, nós temos um vídeo aqui no canal sobre o experimento de uma nação comunista no Minecraft, o link também estará na descrição.
Mesmo em um meio onde a escasses não existe, já que a maioria dos blocos do Minecraft podem ser replicados infinitamente com as chamadas "farms", na maioria dos casos, essas civilizações no Minecraft se tornam, em sua maioria, monarquias voluntárias, onde os players escolhem a que nação querem aderir ou até mesmo criam suas próprias. Ou seja, até mesmo em um mundo sem escasses e que é perfeito para o socialismo ser aplicado os "indivíduos artificiais" não escolhem seguir por nenhum padrão social baseado em socialismo, seja este Marxista ou não. Sempre há algum player que quer criar sua nação e conquistar o mundo, mas eles são derrubados, hora ou outra, pelos próprios cidadãos ou ficam isolados do resto da comunidade e vão parando de jogar aos poucos.
Podemos até citar o conceito de "monarquias naturais" de Hans-Hermann Hoppe, que no livro Democracia: O Deus que Falhou argumenta que, apesar dos defeitos das monarquias, elas tendem a ser superiores à democracia moderna em preservar a liberdade e a propriedade. Ele descreve esse conceito como uma situação em que o poder político é visto como uma extensão da propriedade privada das terras do reino pelo rei, como é o caso do príncipe de Liechtenstein, um exemplo de monarquia moderna em que o rei é o "dono" do país e onde as "províncias" têm o direito de se separar, se quiserem. Seria curioso ver quais regiões do Brasil permaneceriam unidas se isso fosse permitido aqui.
Sabemos que muitas pessoas se apegam ao conceito de uma sociedade futurista e utópica governada por inteligências artificiais, inspirado por filmes e livros sobre esse tipo de mundo. No entanto, isso apresenta problemas que tornam essa visão inviável. O candidato Pedro Markun citou que sua I.A "Não ia ler coisas de Hitler ou de Olavo de Carvalho, já que ela trabalha dentro de regras e princípios democráticos", embora tenha sido treinada tanto com livros de Karl Marx quanto de Adam Smith. Uma estratégia de treinamento um tanto duvidosa, pois os verdadeiros pensadores contrapontos de Marx são Proudhon, Max Stirner e Ludwig Von Mises.
A solução para nossa sociedade, cada vez mais polarizada ideologicamente, não é um grande governo mundial para intermediar tudo, mas sim criar zonas livres e independentes para testar diferentes modos de governança e permitir que as pessoas vivam onde acharem melhor. Por que obrigar uma minoria de esquerdistas a ficar no Brasil e incomodar todo mundo, quando eles poderiam ter a liberdade de se reunir e criar sua própria comunidade, sem atrapalhar aqueles que não querem as políticas deles?
Até mesmo os defensores da monarquia na internet argumentam sobre a preocupação de um rei com o país do qual ele é dono, e a mesma lógica se aplica a uma cidade privada. O CEO ou a empresa que comanda a região quer cuidar bem dela para que as pessoas continuem querendo morar lá e gerem lucro.
A inteligência artificial chegou para transformar diversos mercados, assim como aconteceu com a eletricidade, os computadores modernos, a internet e até o Bitcoin. Essas inovações trouxeram mais eficiência, reduziram custos e impulsionaram o desenvolvimento econômico e social. Do mesmo modo, a IA tem o potencial de melhorar o acesso à informação, automatizar processos complexos e ampliar o poder de decisão dos cidadãos, tornando as interações com o governo mais ágeis e transparentes.
Nós, libertários, acreditamos que toda tecnologia deve ser utilizada para substituir cargos públicos desnecessários e reduzir o tamanho do estado, que é mantido com o esforço dos cidadãos. Se a IA pode automatizar funções burocráticas e eliminar ineficiências, barateando o custo do governo, o futuro será mais próspero e livre. O futuro é promissor, e devemos abraçá-lo com otimismo!
https://www.youtube.com/watch?v=2tbaCn0Kl90&pp=ygUeMTAwMCBhaSBtaW5lY3JhZnQgY2l2aWxpemF0aW9u
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