Jogo do Tigrinho Manipula Resultados

A promessa é de riqueza e ganhos fantásticos. A realidade é seu bolso vazio.

No mundo digital de hoje, as ameaças cibernéticas estão em constante evolução. Uma nova descoberta revelou que um jogo aparentemente inocente, o Jogo do Tigrinho, é, na verdade, uma ferramenta que manipula resultados para aumentar seu ganho. Não o seu, mas o ganho o dela, é claro!

Se você não é um ludomaníaco, só a propaganda ostensiva que o Tigrinho faz já seria o bastante para acender todas as luzes vermelhas na sua mente. Mas, para quem é viciado nesse tipo de coisa, nenhum absurdo parece ser suficiente.

O Jogo do Tigrinho é um aplicativo que se apresenta como um jogo inocente e divertido, atraindo usuários com sua interface amigável e personagens carismáticos. No entanto, por trás dessa fachada inofensiva, esconde-se um código malicioso projetado para roubar informações financeiras e manipular transações. Isso nos foi revelado pelo engenheiro de segurança cibernética Igor Rincon, que se infiltrou nos círculos onde o jogo era desenvolvido e distribuído. Este indivíduo conseguiu acessar o código-fonte do jogo e descobriu como o jogo opera nos bastidores. Alguém surpreso até aqui?

Como o usuário “rinconzeraa”, Rincon publicou os resultados em seu perfil na Twitch, lá ele aborda o tema com profundidade. O hacker publicou três vídeos com cerca de nove horas de análise no total. Segundo a análise, o Jogo do Tigrinho tem uma taxa de retorno de 96,81%, que é considerada média em comparação a outras plataformas. O ganho máximo é da ordem de 2500 vezes, que é considerado baixo. O multiplicador é de dez vezes, considerado médio, e a volatilidade também é média.

Até aí, nenhum problema. Isso daria uma avaliação apenas mediana para o aplicativo, nada que chame a atenção. Mas aí que entra a sacanagem! Ao utilizar um programa de análise de interceptação de comunicação entre navegador e servidor do jogo, foi observado tráfego de informações. A PlayPix, da empresa PG Soft, se comunica com o aplicativo instalado no seu aparelho. É a partir do servidor da PG Soft que a decisão de ganho ou perda na aposta é tomada. Assim, a PG Soft decide e retorna para o site dos cassinos a resposta final.

Então, de alguma maneira, o Tigrinho sabe quem está jogando. Ele tem dados sobre você! Ele sabe, por exemplo, quantos seguidores você tem nas redes sociais. E, se você tem muitos, ele dá um jeito de aumentar suas chances!

Além disso, o Tigrinho criou uma comunidade na qual existem os “afiliados”, que são influenciadores que trazem mais gente para a plataforma, num típico esquema de pirâmide. Quem já não viu um desses? Pois é, uma porcentagem do apostado pelos usuários acaba sendo direcionada para o afiliado que os indicou.

Mas calma que ainda tem mais! Já que o Tigrinho conhece você, ele sabe se você tem dinheiro, ele sabe quanto você tem apostado e se você é um influenciador digital. Tudo isso vai definir se você vai ganhar, quando e quanto vai ganhar.

Fora isso, ao instalar o Jogo do Tigrinho, o usuário concede permissões que permitem ao aplicativo acessar dados sensíveis. Uma vez instalado, o jogo começa a coletar informações bancárias e de pagamento. Há casos de denúncias de roubo de dados e de manipulação de transações financeiras. Isso normalmente é feito redirecionando pagamentos para contas controladas por criminosos ou alterando os valores das transações. O Jogo do Tigrinho foi distribuído através de lojas de aplicativos não oficiais e sites de download, o que dificulta seu rastreamento e remoção.

Há relatos de usuários que tiveram suas informações comprometidas e enfrentaram perdas financeiras significativas. As supostas transações fraudulentas resultaram em prejuízos diretos, além dos custos associados ao cancelamento de cartões e ao monitoramento de contas bancárias. Incidentes como este abalam a confiança dos usuários em aplicativos para celular, especialmente aqueles que exigem informações financeiras. A falta de confiança pode levar a uma menor adoção de novas tecnologias e a um aumento da cautela ao usar aplicativos.

Antes de baixar qualquer aplicativo, é crucial verificar se ele está sendo distribuído por uma fonte confiável, como lojas de aplicativos oficiais ou reconhecidas pela comunidade. Aplicativos de terceiros podem conter malwares e outros tipos de ameaças. Os usuários devem revisar cuidadosamente as permissões que um aplicativo solicita. Quem nunca instalou algo aceitando os termos às cegas que atire a primeira pedra!

Se um jogo solicita acesso a dados financeiros, isso deve levantar suspeitas imediatas. Manter um monitoramento constante das contas bancárias e de pagamento é essencial para detectar qualquer atividade suspeita rapidamente. Será que o Tigrinho invade carteiras Bitcoin também?

O desenvolvimento tecnológico, enquanto traz benefícios inquestionáveis, também abre portas para novos tipos de crimes e fraudes. Com a popularidade dos smartphones e o aumento da confiança nos aplicativos para realizar tarefas cotidianas, desde jogos até transações bancárias, os criminosos cibernéticos encontram novas oportunidades para explorar vulnerabilidades. O caso do Jogo do Tigrinho é um exemplo clássico de como essas ameaças podem estar escondidas à vista de todos. Os ladrões do século 21 não vão mais a bancos, nem arrombam sua casa. Eles querem invadir seu celular!

A conclusão final de Rincon é que, apesar de toda a propaganda e das promessas feitas pelo aplicativo e pelos influenciadores, o resultado é sempre o mesmo: você sai zerado do jogo!

Tá, eu sei que muita gente já sabe que o Jogo do Tigrinho se trata de um jogo de azar e que todo mundo minimamente são sabe que quem entra ali vai perder dinheiro no final. Também tem uns liberteens aqui para nos lembrar que há liberdade para se fazer o que quiser, então deixa o sujeito gastar o dinheiro dele com apostas, se é isso que o indivíduo deseja.

Mas ninguém pode negar que há pessoas viciadas que perdem tudo em apostas, há doenças e síndromes associadas a jogos. Desde que o mundo é mundo, as pessoas gostam de apostas e por vezes perdem a noção da realidade, partindo para um tudo ou nada, colocando em risco seu patrimônio e de sua família, ou até mesmo a sua vida e a de sua família.

E ninguém aqui vai me convencer a defender o direito do outro perder sua liberdade. Nós do Visão Libertária somos defensores da liberdade, desejamos conquistá-la, mantê-la e ampliá-la. Nunca entregá-la a baixo custo e sem sacrifício. Assim, não há como defender que o sujeito é livre para perder sua liberdade, arriscando sua soberania individual numa aposta sem sentido num joguinho de internet cheio de tramoia.

Por outro lado, também sabemos que não adianta proibir o jogo. É inócuo! Quem quiser jogar, vai acabar encontrando o aplicativo e jogando. Então, só nos resta voltar à boa e velha filosofia clássica, onde encontramos o caminho do meio proposto por Aristóteles. Não é dialética, é meio termo, é prudência e equilíbrio.

Então, entre a proibição coercitiva e o vício de arriscar o patrimônio, pode-se identificar o entretenimento. Se o entretenimento é bom, então há que se pagar por ele, como se pagaria por qualquer outro. Num parque de diversões você paga para andar nos brinquedos; no aplicativo do Tigrinho, você paga para rodar a roda da fortuna, a conhecida “fortune tiger”.

O erro está na ideia decaída de confundir entretenimento com investimento, de perder o equilíbrio e descambar para o vale-tudo, arriscando sua propriedade e sua vida.

E, falando em equilíbrio, veja agora o vídeo: “O mercado não liga para os seus sentimentos”, link na descrição.

Referências:

O mercado não liga para os seus sentimentos
https://www.youtube.com/watch?v=Q296Apcb9v4

https://m.twitch.tv/rinconzeraa/home

https://www.tecmundo.com.br/seguranca/287013-hacker-revela-jogo-tigrinho-rouba-manipula-dinheiro.htm