28 Set. 2023
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Como ILHA COMPRIDA floresceu APESAR do estado

E lá se ia o longínquo ano de 1992. No entanto, em termos históricos, 30 anos é apenas um hiato na dura e longa jornada de nosso Brasil varonil. A única visão de mundo possível nessa época era o dirigismo estatal, aquela visão de que tudo deve estar no estado, tudo deve ser para o estado e pelo estado. Acho que ouvi isso de um italiano uma vez… mas voltando ao Brasil.

Os militares haviam acabado de deixar o governo na mão de oligarquias que lutavam pelo poder. Entre elas estavam os sociais-democratas que deram origem ao PMDB e PSDB; os comunistas que criaram o PT, PCdoB e outros vermelhos, e os que pouco se importam com ideologias gringas. A única ideologia é o seu umbigo, essa gente deu origem à massa amorfa, mas extremamente coesa, do centrão.

Nesse tempo ser de direita era tão ruim, que o sujeito preferia que xingassem sua mãe. Enquanto ser de esquerda era a grande moda, eram os descolados, os inteligentes e a juventude que vinha para reconstruir o país, após ter sido destruído pela ditadura militar. Até hoje me pergunto: onde foi que isso deu errado mesmo? Mas chega de ideologia e vamos aos fatos.

A hiperinflação destruía o Brasil, especialmente os mais pobres. Enquanto isso, enriquecia oligarquias locais e políticos encastelados em Brasília.
Em uma das tantas contradições do Brasil, foi justamente nessa época que a indústria contribuía com sua maior parcela no PIB e havia o maior nível de capacidade instalada na indústria nacional. Pode-se dizer que esse fato seria o rescaldo de um ambiente de economia minimamente ajustada e alguma liberdade econômica advindo do período militar. Porém, foi descambando durante a virada dos anos 1980 para os 1990 devido à deterioração de todos os indicadores socioeconômicos, e a inauguração de um período de estagflação, provocado por um estado crescente e mais interventor na vida privada. Ciclo que seria parcialmente encerrado com o modelo do plano real, mas que, de um tempo para cá, já se vê em vias de esgotamento.

Isso era o panorama da época. Mas tudo isso te contamos para falar da nossa querida Ilha Comprida. Pois foi justo em 1992 que houve a emancipação do município, que antes era administrado pela prefeitura de Iguape. Foi grande a esperança que essa emancipação trouxe ao povo local. Na mentalidade que vigorava na época, ter uma prefeitura mais próxima significaria melhor atenção por parte de serviços públicos, e, portanto, esperavam os moradores experimentar um período de crescimento e melhora da infraestrutura local.

Ilha Comprida é praticamente formada por depósitos do Rio Ribeira de Iguape, que carrega sedimentos arenosos da Serra do Mar e os despeja na costa do Oceano Atlântico. Essa configuração faz de Ilha Comprida um local extremamente plano e de solo arenoso, normalmente encharcado de água. Nesse ambiente todo tipo de infraestrutura para vida humana é de extrema dificuldade de construção e manutenção. E como achavam que a prefeitura é que daria conta de resolver esses problemas, pensava-se que agora com a emancipação, as coisas iriam melhorar!

Tudo ia muito bem, muitas pessoas afluíam à ilha e começava uma forte especulação imobiliária. O que antes era um paraíso isolado, agora experimentava um grande fluxo de pessoas, especialmente turistas vindos de Sorocaba e Registro. Imagine você o que é um lugar praticamente desabitado com praias totalmente virgens, uma paisagem a perder de vista, com vegetação exuberante. Na frente o mar infinito, atrás as montanhas verdes da Serra do Mar, acima o céu azul e abaixo a terra abençoada de Santa Cruz.

E até hoje é possível experimentar essa sensação maravilhosa em Ilha Comprida. Mas não é o que diziam as previsões catastróficas dos ambientalóides da época. Foi feita uma pressão ambiental gigantesca para preservação da ilha tendo sido usadas todas as estratégias que comunistas adoram usar.

Criticaram a especulação imobiliária, condenaram o capitalismo e se arrogaram como defensores do caranguejo pink da perna quadrada. Além disso, a propaganda incluía o desaparecimento da Ilha Comprida pela elevação do nível dos mares, já que os ursos polares estavam cada vez mais sem gelo no ártico, os raios ultravioletas matavam em segundos e as girafas se escasseavam na Amazônia. E claro que essa propaganda catastrofista não se restringiu apenas à Ilha Comprida. Foi marreteada mundo afora sem cessar, mas em um lugar nascente teve um impacto mais pronunciado e extremamente deletério.


Em um ambiente de informação centralizada, que contava com o apoio maciço da mídia tradicional, a propaganda afugentava investidores e fazia com que pequenos proprietários locais vendessem suas terras a preço de nada. Até hoje é de se perguntar se essa propaganda massiva não foi orquestrada por grupos de interesse, que ao final acabaram comprando terras nesse paraíso turístico a preço de banana. E essa foi apenas mais uma das tragédias que empobreceu pessoas humildes, pescadores e habitantes locais. Contudo, não deixou de enriquer a oligarquia comunista no Brasil.

Já naquela época ficou famosa uma história de que o pulha do Serginho Groisman e seus amiguinhos da Globo estavam comprando terras na região. Teorias da conspiração à parte, essa história mostra o efeito da ação estatal em um ambiente de informação cara e centralizada. No qual agentes poderosos tinham muito mais capacidade de influenciar os rumos da sociedade. Como todos sabemos, Ilha Comprida não afundou, o gelo do ártico é sazonal, os ursos passam bem, o buraco da camada de ozônio nem existe, o aquecimento global também é sazonal e as girafas podem ser vistas na África.

Mas voltando ao mundo real. Enfim, após a emancipação da Ilha Comprida, construíram a tão sonhada ponte que atravessa o rio Ribeira de Iguape e conecta a Ilha Comprida a Iguape. Só quem cruzou o ribeira de balsa para lembrar da beleza daquelas paisagens, especialmente pela noite. Construíram também uma boa infraestrutura de ruas, avenidas, distribuição de água, coleta de esgotos e lixo. Hoje, o local se encontra no mesmo patamar de qualquer cidade litorânea do país, oferecendo amplo suporte a serviços e ao turismo.

O duro é achar que isso se deve ao estado. Prefeito após prefeito que passou pela cidade tentou, nada mais, que agarrar-se ao poder e favorecer oligarquias locais, ambiente no qual corrupção e nepotismo são a normalidade. Praticamente nada do que se decidiu na estruturação da cidade baseou-se em planejamento estratégico ou técnicas de engenharia. Apenas foram seguindo a organização que as pessoas já haviam adotado e a expandiram, mas a um custo astronômico.

Então é necessário perguntar de novo o que é mais barato: construir uma rua ou dar dinheiro a um político para que ele construa? A ideia de socialização desses custos nos tem levado à miséria. Claro que construir estradas e pontes é caríssimo, no entanto, é óbvio que pode ser feito por livre associação entre indivíduos ou organizações. Em uma sociedade de leis privadas pode haver cooperação entre diferentes cidades ou condomínios privados, que se uniriam em interesses comuns, formando algo parecido com um cybermedievalismo. Sobre isso veja agora o vídeo “A SOCIEDADE CYBER medieval”, o link segue na descrição. E por fim, cabe lembrar que a cidade floresceu não devido ao estado, mas apesar dele.

Referências:

A SOCIEDADE CYBER medieval https://www.youtube.com/watch?v=6G8q9wcvA1o

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