Não é difícil notar que, hoje em dia, a direita no Brasil tem ganhado cada vez mais espaço, tanto no meio político quanto em outras áreas como a literatura e o cinema. Até mesmo campos tradicionais de cunho socialista, como as ciências sociais, têm reservado pequenos espaços para filósofos como Olavo de Carvalho e historiadores como o professor Marcelo Andrade. Esses pensadores são conhecidos por revisar a antiga narrativa de que tudo é uma luta de classes, adotando uma análise muito mais racional das questões do nosso passado e presente.

Apesar de a direita ter sofrido um grande baque nas eleições de 2022, numa disputada bastante acirrada, estamos voltando a crescer e se unir. Como resultado, a aprovação de Lula está caindo. Mesmo num governo petista, um número muito maior de pessoas se diz de direita do que de esquerda, mas nem sempre foi assim. O sistema de ensino e os jornalistas conseguiram, durante muito tempo, moldar a opinião pública e a mentalidade do povo brasileiro. Felizmente, graças ao fim do monopólio das grandes mídias e do controle da informação, as pessoas começam a sair daquela estreita visão socialista sobre a economia e a política. Isso levou décadas a ser realizado, mas aconteceu não só devido ao fracasso das ideias de esquerda, mas graças a popularização das redes sociais e da internet como um todo.

Por exemplo, nos anos 90, quando o Fernando Henrique Cardoso assumiu a presidência e começou o processo de abrir um pouco a economia, ainda que de forma meio tímida, a mentalidade era outra. Muitos eram abertamente contra as privatizações, e diversos protestos foram feitos para se opor a essas políticas. Os sindicatos, funcionários públicos e jornalistas conseguiam influenciar a opinião pública. O próprio FHC, apesar de ser social-democrata, nas campanhas evitava mencionar as privatizações para não perder de vez o apoio popular - era quase um crime falar sobre isso. A direita, portanto, sempre foi um nicho, e a mentalidade estatista sempre foi forte desde a era Vargas, o centralizador e ditador fascista tupiniquim.

Muita coisa aconteceu com a ascensão e queda do petismo no Brasil e o posterior surgimento e fortalecimento da direita brasileira. Quando o PT estava em seu auge e o boom das commodities estava segurando a economia, não era claro que as políticas socialistas de Lula estavam impedindo tanto assim o desenvolvimento do Brasil. Porém, o desastre da economia durante o governo Dilma abriu os olhos do povo, e pensadores de direita como Olavo de Carvalho e até mesmo o professor Luiz Felipe Pondé, entre outros, ficaram mais visíveis. O brasileiro médio já estava ficando descontente com a administração socialista e queria mudança; a alta inflação e o aumento do custo de vida começaram a despertar a população.

Casos como a Operação Lava Jato ganharam muita força na grande mídia, enfraquecendo consideravelmente a influência do PT, e revelando ao mundo a corrupção generalizada. Isso desencadeou um processo que culminou na vitória de Bolsonaro. Como a ascensão da direita era algo inédito no Brasil, muitos ficaram esperançosos em relação ao futuro que os aguardava. Apesar de a pandemia ter frustrado nossos sonhos e causado um baque econômico do qual ainda demoraremos a nos recuperar, o país conseguiu se reerguer sob o comando de Jair Bolsonaro. No entanto, a mídia socialista iniciou um processo de desconstrução da imagem de Bolsonaro, o que influenciou parte significativa do eleitorado e, aliando-se aos chamados 'isentões', cuja mentalidade é a de que votar não muda nada, garantiram a vitória de Lula.

Apesar de a mídia tradicional, ideólogos de esquerda e os intelectuais sempre rotularem a direita brasileira como "extrema-direita" e "fascista", esses rótulos negativos não têm colado muito e a população percebe o modus operandi criminoso da esquerda. Eles gostam de dizer que o ditador austríaco, Adolfinho, e Benito Mussolini são de direita e foram colocados no poder pelos capitalistas, mas será que é verdade?

Na prática, o que aconteceu na Alemanha durante os anos 30 e na Itália de Mussolini é algo complexo. Analisando melhor, o próprio fascismo vem da primeira crise Marxista, na luta entre os ideólogos que defendiam um socialismo internacionalista, e os que defendiam um socialismo voltado para a nação. Ideólogos como Giovanni Gentile foram os principais teóricos por trás do pensamento fascista. Isso vai em contradição ao que os socialistas dizem, pois eles afirmam que o fascismo surge quando o capitalismo entra em crise. Na verdade, eles tentam esconder uma verdade dura, a de que o fascismo tem origem no meio Marxista e defende políticas socialistas e estatizantes, tendo uma visão coletivista sobre a sociedade.

Com esta métrica de comparação, ao analisarmos as políticas de Mussolini, o que se cria é um termo chamado "capitalismo de estado", ou corporativismo. Na prática, este termo se contradiz. O capitalismo é um sistema em que a livre concorrência e livre iniciativa são bem-vindas, os direitos de propriedade são protegidos e não podem ser relativizados. O que aconteceu na prática, na Itália de Mussolini, foi a criação de um sistema corporativista, no qual as empresas aliadas ao regime fascista foram beneficiadas em detrimento de pequenos e médios empresários. Cabe mencionar que sob o governo do ditador italiano, grandes empresas foram nacionalizadas e as indústrias foram organizadas em sindicatos controlados pelo estado. O estado italiano assumiu o controle direto de setores-chave da economia, como transporte, energia e comunicações - ou seja, a intervenção estatal sob o governo de Mussolini era gritante.

Na Alemanha, a situação foi relativamente parecida, também um sistema corporativista e centralizador, além de empresas estatais sob o comando dos nacional-socialistas. O controle na economia foi tão avassalador que destruiu pequenos e médios empresários - principalmente de judeus - em benefícios de grupos poderosos que tinham boas conexões com o partidão. De fato, Adolfinho baniu os sindicatos independentes como dizem os socialistas, mas eles esquecem de mencionar que o ditador alemão também criou a DAF. Chamada de Frente Alemã para o Trabalho, que, na prática, foi o maior sindicato já criado naquele período. A ideia dos alemães sempre foi de aumentar o controle do estado na economia. Durante a Segunda Guerra Mundial, quando a economia alemã foi quase completamente mobilizada para a guerra, o que imperou foi um rígido controle sobre a produção; todos deveriam seguir as ordens do ditador. O estado alemão também exerceu um forte controle sobre vários setores, especialmente através de agências como o Ministério da Economia e o Ministério da Produção de Armamentos e Munições.

Isto faz cair por terra as mentiras dos marxistas e progressistas de que há alguma relação entre Bolsonaro e o bigodudo no campo econômico, o que nunca foi verdade. Eles dizem que a direita brasileira é tão autoritária quanto o ditador da Alemanha ou o careca fascista italiano. Mas isso é pura narrativa, e aqueles que apoiam sistemas centralizados, como o regime militar, são um nicho pequeno e não se enquadram na direita liberal ou conservadora, e esse mito está caindo por terra. No jogo político, tudo não passa de narrativas enviesadas, na maioria das vezes sem contato com a realidade, mas o objetivo é perverso já que se pretende destruir a reputação do adversário.

Pensadores conservadores como Olavo de Carvalho, que após décadas de estudo desse fenômeno e de denúncias contra a esquerda brasileira, passaram a ser chamados de 'charlatões' pela elite acadêmica. Na prática, os socialistas não se importam com as falhas de sua própria ideologia e, quando contrariados, rotulam seus opositores de 'fascistas', visando demonizar e descredibilizar qualquer pessoa de direita. Agarrados à sua ideologia como uma verdade absoluta que não deve ser questionada, eles mantiveram um discurso hegemônico por décadas. Felizmente, esse reinado de mentiras está chegando ao fim.

Para compreender melhor o modus operandi marxista, precisamos entender que existem dois tipos de comunistas: os idiotas e os manipuladores. Os idiotas são indivíduos que, mesmo após serem refutados, continuam a circular em sua argumentação e não conseguem enxergar a realidade à sua frente - são escravos ideológicos que precisam fazer parte da militância em busca de aceitação. Esse grupo é geralmente composto por adolescentes e estudantes universitários. Já os manipuladores são aqueles que, mesmo compreendendo como a realidade funciona, entendem que isso é um jogo de poder e realizam tais atitudes para enganar as massas. O objetivo destes últimos é o controle sobre a sociedade, independentemente dos resultados desastrosos das políticas socialistas.

Este sistema de engano e dominação da realidade por meio de narrativas foi algo que pensadores de direita entenderam e, consequentemente, passaram a agir contra a doutrinação estatal socialista nas escolas. Hoje as coisas mudaram, pois a internet permite a educação livre do domínio governamental - intelectuais conservadores e liberais criam seus cursos e até aulas gratuitas e ensinam milhares a milhões de pessoas.

O fracasso do petismo também contribuiu significativamente para esse processo, pois o problema do cálculo econômico não é apenas uma teoria, mas tem base na realidade. A queda do petismo tem origem nesse problema - além da corrupção, é claro -, pois quanto maior o grau de intervenção estatal na economia, maior o nível de distorção na alocação de recursos e nos investimentos. Ao contrário disso, os socialistas apenas acreditam em teorias que não passam de fantasias, pois não têm base na realidade. Eles almejam criar um igualitarismo forçado entre seus súditos, um regime anti-humano no qual todos serão escravos de uma elite parasítica que vive como ricos empresários capitalistas.

Nós, do Visão Libertária, entendemos tudo o que envolve essa guerra de pensamentos e ideologia. Por isso, nosso trabalho é mostrar a verdade nua e crua: a de que o estado é uma entidade coercitiva, e só nos domina porque possui o controle da sociedade por meio da doutrinação educacional e controle do sistema monetário. Por isso, divulgamos a importância do Bitcoin, a única moeda digital que é completamente livre de influência governamental. O monopólio da violência estatal é apenas a forma que o governo age, pois, sua própria natureza é ser contra a liberdade - o estado quer cada vez mais escravos. Por exemplo, você nunca assinou um contrato no qual concorda em dar seu dinheiro ao estado; o leviatã simplesmente toma-o para si e fica por isso mesmo. Se você quiser ficar com o que é seu e sonegar, vai para a cadeia - não há escolha da sua parte, apenas deve obedecer e se conformar.

A narrativa é de que o imposto é o preço que se paga para se viver em sociedade - isso, no entanto, não passa da propaganda número um para criar conformismo em massa. É na aceitação passiva da maioria que o estado consegue impor seu controle com mais facilidade. A verdade é que a sociedade e o mercado sempre existiram antes do estado, e vão continuar existindo mesmo se ele desaparecer. A internet está agindo de forma muito eficaz ao disseminar a verdade, ao invés do dogma estatal, pois permite que as pessoas reflitam sobre o que é verdade e o que não passa de uma mentira. Cada vez mais está nítido a todos a completa ineficiência do estado em relação ao setor privado, e de que este ente não tem mais utilidade alguma numa sociedade tecnológica. Tudo o que o governo faz através de suas políticas públicas, a sociedade livre conseguiria fazer melhor de forma descentralizada e com os incentivos de lucros que o capitalismo nos oferece.


Mesmo sabendo que o estado é prejudicial, ainda precisamos de uma ética que permita a convivência pacífica em sociedade, sem a relativização da agressão, e esta é a proposta da ética libertária. Ao contrário do pensamento socialista, o libertarianismo não é um dogma inquestionável, mas sim uma série de preceitos éticos sobre como a sociedade deve funcionar de maneira justa. Nossa base é o mínimo da ação ética, que é o princípio da não agressão - ou seja, o direito de propriedade privada é absoluto. Por isso, deixamos como recomendação duas importantes obras libertárias: ‘O Manifesto Libertário’ e ‘Democracia, o Deus que falhou’.

Ao ter um mínimo ético que permita o fim da violência sem um aparato coercitivo, conseguimos, através da livre iniciativa e do armamento individual, não sermos agredidos e vivermos em uma sociedade mais justa e pacífica. Isso com certeza é algo que o estado não faz e nunca fez, pois seu objetivo nunca foi promover a justiça e nos proteger de agressores, sendo o próprio aparato estatal o maior agressor. No longo prazo, a história não é escrita pelos vencedores das guerras, mas por aqueles que defendem a verdade, pois como diziam Ludwig von Mises: “Ideias e somente ideias podem iluminar a escuridão”.

Referências:

Protestos no governo FHC e o processo no geral:
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc26089902.htm
https://fpabramo.org.br/2018/08/27/ha-19-anos-100-mil-marchavam-contra-governo-fhc/
https://memorialdademocracia.com.br/card/cem-mil-marcham-contra-o-governo

Prova da existência de Gentile:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Giovanni_Gentile

Direita crescendo:
https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/direita-e-maior-que-esquerda-no-brasil-mas-precisa-se-livrar-do-clientelismo/

Políticas de Mussolini:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_do_Trabalho
https://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_do_fascismo#:~:text=Durante%20esse%20per%C3%ADodo%2C%20Mussolini%20identificou,produ%C3%A7%C3%A3o%20econ%C3%B4mica%20e%20alocar%20recursos.

Economia Hitleriana:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_da_Alemanha_Nazista
https://youtu.be/0q16cq25SCY
https://youtu.be/wXIoVEKIpMg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Frente_Alem%C3%A3_para_o_Trabalho

Nota: Perdão usar algumas dessas fontes em inglês, mas não achei nada em Português. Ele é o único historiador libertário que fala a verdade sobre o que aconteceu na Alemanha

Prova do Marcelo Andrade (para fins de justificação de que ele existe):
https://professormarceloandrade.com/evh-vendas/

Origem marxista do fascismo:
https://youtu.be/eQaE8eI3yxY
https://www.publico.pt/2016/05/29/politica/opiniao/o-fascismo-tem-origem-no-marxismo-1733362
http://www.repositorio-bc.unirio.br:8080/xmlui/bitstream/handle/unirio/12878/As%20Origens%20Socialistas%20do%20Fascismo%20-%20do%20internacionalismo%20prolet%C3%A1rio%20ao%20nacionalismo%20das%20massas%20-.pdf?sequence=1&isAllowed=y