11 Jun. 2024
Sugerido: JJ Liber
Escritor: QuintEssência
Revisor: KoreaComK
Narrador: QuintEssência
Produtor: Paulo Wesley

EUA COMPARA sua BASE MONETÁRIA com o PREÇO do BITCOIN: isso sim é DINHEIRO DE VERDADE

O departamento de pesquisas do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, conhecido como FRED, iniciou um exercício monetário muito interessante. A instituição simplesmente começou a medir a base monetária do dólar em bitcoins, dentre outras métricas atualmente abordadas. Ok, a coisa não funciona bem assim, mas isso já nos dá uma boa dimensão da relevância que a moeda do Satoshi tem tomado.

Explicando essa metodologia: o FRED utiliza uma métrica que combina a base do bitcoin, fornecida pela Coinbase, e o chamado agregado M2 do dólar. Esse agregado reúne o dinheiro em circulação na economia, os depósitos à vista, a poupança e outros títulos de alta liquidez. Ou seja, ele mede o dinheiro que pode facilmente circular pelo mercado. O gráfico formulado pelo FRED faz uma divisão, usando a base do bitcoin como numerador, e a base do dólar como denominador, para chegar a um valor de referência.

Acontece que, nessa métrica do FRED, o bitcoin é medido por seu valor de mercado, em dólares. Ou seja: conforme a cotação do bitcoin sobe, o gráfico aumenta. Agora, quando a base monetária do dólar se expande, o gráfico cai. Atualmente, esse gráfico, o qual é alimentado mensalmente com dados a partir de 2016, está em suas máximas históricas, a cotação do bitcoin, é claro.

Embora esse exercício de comparação monetária seja mais experimental do que qualquer outra coisa, ele é interessante por demonstrar que o bitcoin já ultrapassou, de forma considerável, a barreira da curiosidade. Ou, parafraseando Calvin Candie, de Django Livre: antes, o bitcoin tinha a curiosidade dos bancos centrais; agora, ele tem sua atenção. Dessa forma, a criptomoeda se torna um assunto monetário sério, coisa de estudos acadêmicos mesmo. É sempre bom ver esse tipo de movimento acontecendo, porque ele reforça nossa percepção a respeito da solidez desta moeda descentralizada e distribuída.

Contudo, o FRED falha em sua metodologia, ao submeter o bitcoin ao valor do dólar. Mesmo nós, libertários, somos tentados a fazer isso, principalmente em momentos de alta de preço. Acontece que mensurar o bitcoin em moeda estatal é reduzir demais o seu valor. Na verdade, a mais importante característica do bitcoin é justamente não se relacionar com essa fraude chamada dinheiro fiduciário, que nós, carinhosamente, chamamos por aqui de papelzinho colorido lastreado em honestidade de político.

Por isso, vamos aproveitar a oportunidade para fazer também o nosso exercício monetário, só que no sentido inverso. Vamos medir a base monetária do dólar em bitcoins, usando, ainda, o critério do preço de mercado da criptomoeda. Hoje, um bitcoin vale cerca de US$68 mil. Sua máxima histórica, diga-se de passagem. Já o agregado M2 do dólar atingiu a marca de 21 trilhões de dólares. Ou seja, nessa comparação, a base monetária do dólar seria de 300 milhões de bitcoins.

Só que tem um pequeno problema nessa história: não existe essa quantidade de bitcoins em circulação, na atualidade. Nem nunca existirá. Hoje, existem cerca de 19,7 milhões de bitcoins rodando pela economia, de um total de 21 milhões que, um dia, terão sido minerados por completo. E é aí que entra em cena a real forma de fazer a comparação das bases monetárias: usando unidades de bitcoin por unidades de dólar.

Fazendo uma conta simples, chegamos à conclusão de que um bitcoin deveria valer, atualmente, mais de US$1 milhão. É claro que, aqui, não estamos fazendo recomendação alguma de investimento; a grana é sua, e você faz com ela o que bem entender. Mas, sejamos francos: olhando por esse prisma, podemos concluir, sem muito exagero, que o bitcoin está realmente muito, mas muito barato.

Só que, nessa história, existe ainda outro fator que não pode ser desconsiderado: a taxa de inflação. Para o bitcoin, a coisa é muito simples de entender, e sim, o bitcoin é, ainda, uma moeda inflacionária. Não precisa se assustar com essa informação! Afinal de contas, a inflação nada mais é do que o aumento da base monetária; e a base monetária do bitcoin tem crescido regularmente, desde sua criação. Acontece que essa expansão é calculada e prevista. E, principalmente, essa inflação é decrescente.

Pense que, no seu nascimento, o bitcoin teve uma taxa de inflação maior do que qualquer outra moeda do mundo: foi uma expansão de 100% em sua base monetária, em apenas 10 minutos! Contudo, a matemática por trás do código do bitcoin garante um decréscimo exponencial dessa inflação, de maneira que, atualmente, estamos com uma taxa anual de meros 0,86%. E, em algum momento, no futuro, os bitcoins vão parar de ser minerados, e a base monetária vai se tornar estável.

Contudo, o mesmo não pode ser dito a respeito do dólar, bem como de qualquer outra moeda estatal. Sua base monetária não apenas continuará crescendo: ela vai se expandir de maneira exponencial. Veja essa comparação: em 1975, o agregado M2 do dólar somava 1 trilhão. Ou seja: a base monetária dessa moeda cresceu 21 vezes de lá para cá!

Será que a economia norte-americana cresceu tudo isso? É claro que não. Lembre-se de que, apenas durante a pandemia, a oferta de dólares cresceu 40%. Estamos testemunhando, na verdade, um experimento monetário nunca realizado. Agora, o FED precisa castigar a economia norte-americana com uma taxa de juros bastante alta, para segurar a circulação de moeda e evitar a expansão dos preços, sabe-se lá até quando.

Esse cenário de expansão da base monetária causa a famigerada depreciação da moeda. Afinal de contas, temos mais dinheiro circulando na economia, para a mesma quantidade de bens sendo produzidos. Essa depreciação do dinheiro, por sua vez, causa um empobrecimento geral da população, uma vez que a inflação é a forma mais certeira, e também cruel, de roubar dinheiro do povo. E o que não falta, na história, são exemplos demonstrando, na prática, essa percepção.

Mas, afinal de contas, por que o governo precisa imprimir dinheiro, em primeiro lugar? O que provoca esse cenário? A resposta a esse questionamento é bastante simples: expansão fiscal. O governo norte-americano tem expandido sua dívida a níveis inimagináveis. Hoje, essa dívida gira na casa dos US$34 trilhões. Sim, a dívida é muito maior do que a base monetária do dólar.

Então, o governo não tem condições de pagar essa dívida? Mas é claro que tem: basta imprimir dinheiro, para chegar até esses US$34 trilhões. Acontece que isso, obviamente, fará o valor da moeda se depreciar ainda mais. E aí, você já sabe o que acontecerá. É por isso que podemos dizer, sem medo de errar, que o valor do bitcoin em relação ao dólar só tende a subir, ano após ano. Um gráfico para o qual o céu é o limite.

Com o bitcoin a coisa funciona de forma oposta à moeda estatal. E é por isso que políticos e banqueiros centrais estão cada vez mais preocupados com essa criptomoeda. Uma vez que sua base monetária se expande de forma matematicamente determinada, tendo um limite pré-estabelecido, o bitcoin se torna imune à ação expansionista do governo. Enquanto a moeda fiduciária pode ser impressa à vontade pela ação dos políticos, o bitcoin nunca sofrerá desse problema.

Por isso, enquanto mais pessoas trocam a moeda estatal pelo bitcoin, menor se torna a capacidade de os bancos centrais financiarem a gastança do governo por meio de impressão de moeda. Afinal de contas, se chegar um ponto em que ninguém usar mais a moeda estatal, então o governo simplesmente não poderá pagar mais nada com seu dinheiro inflacionado. Se você acha isso um exagero, lembre-se de que eventos semelhantes acontecem desde os tempos de Diocleciano, quando a follis imperial parou de ser aceita pelas autoridades locais, por simplesmente não valer mais nada.

De qualquer forma, é interessante ver o FED começar a considerar o bitcoin como unidade de conta para sua própria moeda corrente. Isso demonstra não apenas que a criptomoeda está chamando cada vez mais a atenção, como também que o enfraquecimento das moedas estatais está cada vez maior. É claro que muitas moedas falharão antes do dólar; mas o dia do dinheiro do Tio Sam chegará. Por outro lado, por mais que os políticos tentem, o bitcoin continuará sendo aquilo que sempre foi: uma moeda livre das garras do estado.

Por isso, não se deixe enganar pelo discurso estatal: se o maior banco central do mundo está tão atento ao bitcoin, a ponto de estipular uma métrica usando essa criptomoeda como referência, é porque os burocratas conhecem o risco que o bitcoin representa ao seu poder. Eles só não querem que você perceba isso, ou que você só descubra a liberdade monetária proporcionada pelo bitcoin, quando já for tarde demais. Fique esperto: essa hora ainda não chegou.

Referências:

https://br.cointelegraph.com/news/bitcoin-price-tops-68k-but-a-few-concerning-headwinds-remain https://www.infomoney.com.br/colunistas/moeda-na-era-digital/sera-que-um-bitcoin-pode-valer-us-1-000-000/ https://www.infomoney.com.br/cotacoes/cripto/ativo/bitcoin-btc/ https://www.cato.org/blog/threat-fiscal-dominance-will-us-resort-money-printing-finance-rising-debt-challenge https://br.tradingview.com/symbols/ECONOMICS-USM2/

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