12 Jun. 2024
Escritor: KoreaComK
Revisor: Historiador Libertario
Narrador: KoreaComK
Produtor: Paulo Wesley

Hospital usa EMBALAGEM DE BOLO como MÁSCARA DE OXIGÊNIO

Um bebê de três meses foi tratado contra bronquiolite de forma inusitada em um hospital na cidade de Santa Cruz, no estado do Rio Grande do Norte. Uma médica usou uma embalagem de bolo improvisada como máscara de oxigênio, devido à falta de insumos. O caso, inclusive, foi confirmado pela prefeitura de Santa Cruz, via nota técnica da direção do hospital.

O caso repercutiu no X, antigo Twitter, depois que o equipamento improvisado, que deixaria qualquer fã de Macgyver com inveja, foi postado nas redes sociais. Segundo Kadja Juliane, mãe da criança, o bebê apresentava sintomas de desconforto respiratório, congestão nasal, vômito, febre e diarreia. A direção do hospital solicitou no mesmo dia a transferência da criança para uma unidade com UTI pediátrica, em caráter de urgência.

A equipe da casa de saúde improvisou o respirador para a criança receber o atendimento necessário enquanto esperava para ser transferida, transformando a cama em que se encontrava em um leito semi-intensivo. Segundo a prefeitura da cidade onde se localiza o hospital, o local não é referência em urgência pediátrica, e a plantonista fez o que estava a seu alcance para dar o atendimento necessário ao paciente. A criança foi transferida no mesmo dia via SAMU para o hospital Varela Santiago, na capital do estado, Natal.

Ellenn Salviano, a médica responsável pelo equipamento, atua como médica há 9 anos, principalmente em hospitais públicos e no SAMU. Ela comentou que tomou a atitude para salvar a vida do bebê. Em suas palavras: “quando saio de casa e deixo meus três filhos, assumo a responsabilidade que é cuidar do outro. Então eu não podia olhar para aquela mãe e dizer ‘não podemos’". Segundo a médica, o bebê apresentava manchas roxas na pele, significando que ele já estava com má oxigenação no sangue. Caso a criança continuasse sem assistência médica, poderia ocorrer uma parada cardíaca. Além disso, Ellenn reiterou que se a criança piorasse, seria necessário intubar, o que diminuiria em muito suas chances de vida.

A médica disse que esta não foi a primeira vez que usou suas habilidades de Macgyver. Em uma única semana, esta seria a terceira vez que improvisaria o respirador. O bebê ficou cerca de quatro horas na gambiarra esperando os materiais médicos específicos. Ela afirmou que quando os insumos chegaram e foram utilizados, a criança retomou a oxigenação a níveis quase normais. Ellenn explicou que trabalha no local há nove anos e confirma que o hospital não é focado no público infantil. Contudo, pediu para que investimentos fossem feitos para não ser necessário fazer essas improvisações. "Deu certo, que bom, mas poderia ter dado errado. E se tivesse dado errado, seria agora uma mãe chorando a morte do seu filho. Por um equipamento tão simples que a gente não tem", afirma a médica. O produto necessário para este caso, chama-se hood, e custa quinhentos reais.

Antes de tecermos comentários libertários sobre o caso, é importante notar que o município é pequeno, com um pouco mais de 40 mil habitantes. A família da criança provavelmente possui recursos financeiros limitados. A médica, que salvou a criança ao estilo Macgyver, deve ser ovacionada por vários minutos, incessantemente. Ela é uma heroína, digna de receber um prêmio, ou ao menos uma homenagem pública pelos serviços prestados. Ela provavelmente salvou a vida da criança utilizando-se de métodos pouco ortodoxos, até mesmo para o brasileiro médio, que está acostumado a fazer gambiarras constantemente em sua vida. Isso demanda não apenas conhecimento técnico, mas capacidade cognitiva e de resolução de problemas acima da média, ainda mais se tratando de uma vida inocente e frágil como o caso.

Tecido os comentários gerais sobre o caso, dos quais acredito que ninguém em sã consciência é contra, falemos sobre a visão libertária. O hospital público onde o caso aconteceu, prova-se precário e com falta de insumos necessários, haja visto que a própria médica disse que a gambiarra fora feita pela terceira vez em uma única semana. Pergunto: quem será responsabilizado pela ausência desses produtos? A direção do local? O município? Talvez, o estado? Já sei, a união? Ou quem sabe o ministro da saúde? Infelizmente, meu caro libertário, ninguém será responsável por tamanha falta de comprometimento com este serviço tão importante a todos os indivíduos.

Isso porque como o hospital é público, diversas são as desculpas para ter falta de insumos. Falta de repasse, ausência de recursos financeiros, não ser um local especializado em tratamento pediátrico, enfim. As desculpas são inúmeras e as soluções tendem a zero. Agora, a pergunta que fica é: e se o hospital fosse privado? Você realmente acredita que ninguém seria responsabilizado pela carência de instrumentos necessários para o tratamento correto de um bebê? Provavelmente, não apenas teríamos responsáveis, como indenizações seriam pagas por não ofertarem os recursos necessários para o paciente ser bem tratado. Essa é a grande diferença quando algo é público em comparação a algo privado.

Mas, e no ancapistão? Isso nunca iria acontecer? Dizer que não aconteceria seria uma mentira. Neste momento, já conseguimos ouvir uma horda ensurdecedora dizendo: “Fala mal do SUS e do estado, mas o libertarianismo não pode resolver este problema”. Acontece que a grande diferença está no que aconteceria posteriormente ao caso. É bem provável que nada mude no hospital potiguar após o problema informado, afinal, quais são os incentivos para que isso seja resolvido? Agora, se estivéssemos no ancapistão, seriam infindáveis os motivos para o hospital ser melhor equipado.

A propaganda negativa que os responsáveis pelo local teriam. A administração seria responsabilizada pela precariedade, com toda a certeza, sendo obrigada a dar explicações sobre a carência dos insumos. Os planos de saúde iriam repensar se continuariam fazendo convênios com a casa de saúde. Eles cobririam investimentos nas matérias-primas, e caso nada fosse feito, provavelmente boa parte dos seus contratos seria finalizada ou suspensa. Além disso, aqueles que utilizassem o serviço do local não o utilizariam mais, por não terem capacidade para tal. Uma demanda menor significa menos dinheiro entrando e, consequentemente, uma maior probabilidade de falir. Médicos não iriam trabalhar no local ou pediriam maiores salários, visto que teriam maiores riscos devido à carência dos produtos para atender aos pacientes.

Infelizmente, quando falamos sobre serviços de saúde, não há para onde correr. É um serviço caro, que demanda uma mão de obra altamente especializada, além de um enorme custo de matéria-prima. Entretanto, assim como acontecia na história, teríamos inúmeras entidades que iriam auxiliar as pessoas depauperadas a terem o mínimo de assistência médica. Igrejas e universidades recebiam esses indivíduos com o intuito de ajudá-los, sem esperar uma contrapartida financeira, já que muitas tinham doações generosas de pessoas sensibilizadas pela realidade dos mais pobres. É de se esperar que esta também fosse a realidade do ancapistão, haja vista que não teríamos nenhuma terceirização da nossa moral através do estado, nos obrigando a proativamente doar, caso fosse nosso intuito.

Talvez a possível realidade do ancapistão não tenha te agradado. E está tudo bem. Não estamos aqui querendo enganar ninguém, dizendo que seria um Nirvana e que não haveria problemas. Nosso intuito é mostrar a realidade doa a quem doer. Os mestres da mentira, aqueles que estão sentados no colo do tinhoso, são aqueles que pretendem dizer que sua vida é melhor sendo um escravo do Estado. Nós, por outro lado, mostramos a realidade nua e crua de que não existe solução simples para um problema complexo como a saúde de milhões de pessoas com hábitos e alimentações diferentes. Porém, podemos garantir que, na nossa realidade, todos os incentivos estariam voltados para uma melhoria desta realidade. Diferentemente da atual, em que sabemos, com toda a certeza, que ninguém será punido, as coisas continuarão do mesmo jeito e a médica, no máximo, ganhará um tapinha nas costas. Ah, e os impostos irão subir vertiginosamente, mesmo que não haja nenhuma mudança aparente.


Referências:

https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2024/06/12/assumo-a-responsabilidade-que-e-cuidar-do-outro-diz-medica-que-improvisou-respirador-com-embalagem-de-bolo-em-bebe.ghtml https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades/hospital-improvisa-embalagem-de-bolo-como-mascara-de-oxigenio-para-bebe-de-3-meses,6a999325ad1538020a952ae58c4b9332bxivxz4p.html

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