02 Out. 2023
Escritor: Historiador Libertario
Revisor: KoreaComK
Narrador: KoreaComK
Produtor: Leandro Brito

O SENHOR do MUNDO: a distopia do governo mundial

Robert Hugh Benson foi um sacerdote anglicano inglês, que depois se converteu para o catolicismo, sendo recebido pela Igreja Católica em 1903 e posteriormente, em 1904, foi ordenado sacerdote. Ele foi um prolífico escritor, tendo escrito diversos tipos de obras. Mas, uma delas se destacou e hoje continua mais original e atual do que em qualquer outro momento. Ele escreveu uma história baseada numa visão de apocalipse, que se tornou um romance lançado em 1907. Naquele contexto histórico do início do século XX, já era mais do que nítido a fragilidade do cristianismo e a ascensão de governos seculares em todo o ocidente. Além disso, as ideias marxistas e comunistas começavam a ganhar fama e relevância, e o padre Benson já previu um novo mundo onde as liberdades individuais seriam suprimidas. No prólogo do livro, o autor previu revoluções socialistas que aconteceriam na sociedade, como na Rússia anos depois do lançamento do livro, no ano de 1917.

A história de "O Senhor do Mundo" se passa num futuro, não é especificado pelo autor. Contudo, especula-se que seja algum período do século XXI. Não diferentemente de hoje, pessoas com sede de poder almejam criar um governo mundial secular, bastante autoritário, mas liderado por um líder político carismático chamado Julian Felsenburg. Apesar de enganar muitas pessoas, esse ditador tem as piores intenções, sendo ele o próprio anticristo. Mas como as pessoas estavam em estado de medo e manipulação devido a uma possibilidade de guerra iminente, elas acabam procurando esse líder forte para protegê-las.

Nesse mundo distópico, há 3 diferentes blocos de poderes com culturas diferentes. O Ocidente Secular sendo o poder predominante, regido por um governo humanista e materialista. Nessa sociedade todas as religiões são hostilizadas e seus habitantes induzidos a buscarem apenas por prazeres mundanos e conforto material. A outra região é o Oriente Asiático, controlado por um regime que adota um espiritualismo misterioso. Tem-se como tradição um tipo de budismo esotérico e místico, responsável por fazer as pessoas estarem em contato com seu lado espiritual e buscarem um significado maior, transcendente, em oposição ao materialismo Ocidental. E o outro poder são os países da América, uma grande república. Esta região é retratada como um bastião da tradição cristã, mas que se encontra numa crise profunda. Apesar de a Igreja Católica ser uma das principais instituições religiosas desse país, ela enfrenta sucessivos desafios.

Havia uma grande beligerância na Ásia que poderia gerar uma nova guerra mundial, causando muitas tensões. Mas ocorreria uma atenuação desse conflito devido à atuação política de Julian, um americano carismático. Um homem amável com talento de oratória inigualável, com vasto conhecimento linguístico, sendo um maçom humanista. Outro personagem importante do romance é Percy Franklin, um jovem católico convertido. Franklin passa a enfrentar enormes desafios espirituais, mas se mantém fiel a seus princípios religiosos, se tornando uma esperança para os cristãos que resistem ao governo humanista.

Curioso saber que a implementação desse governo totalitário global pelos humanistas maçons também surge com alterações de leis que vigoram sobre as heranças. Com o novo decreto das heranças, o imposto no patrimônio herdado é três vezes superior, e essa extorsão das heranças dos indivíduos é baseada em ideais marxistas. O homem passa a ser visto como o novo Deus, sendo eles a medida de todas as coisas – isso implica a total perda de fé no catolicismo. O casamento, por exemplo, se torna uma política de estado e não mais algo vinculado à tradição cristã. Um dos personagens da história, Oliver Brand, casado com a Mabel, é um socialista que apoia o ditador Felsenburg. Sua mãe, a senhora Brand, foi educada com princípios cristãos. Ela é uma senhora de idade, que descobriu ter pouco tempo de vida. Naquela sociedade materialista e sem princípios espirituais, a eutanásia era vista como solução para o sofrimento, e isso era o suficiente para a tranquilidade da pessoa. Assim, ela pede para chamar um padre para poder fazer a confissão, e receber os sacramentos da Igreja Católica. Mas para seu filho Oliver, a realização da eutanásia era um ato humanitário.

Num momento da história, a Mabel presencia uma pessoa sofrendo após um acidente e não sabe consolar o sofrimento dela, pois para os socialistas humanistas, não existe nada após a morte. Isso nos mostra como o autor previu que as sociedades comunistas que seguem o dogma de Marx e são sucumbidas por uma visão estritamente materialista da vida, qualquer ideia de transcendência é abandonada. Esse tipo de situação vai criando uma crise interna em Mabel, que passa a questionar aquelas visões do governo humanista.

A liberdade religiosa é completamente combatida e muitas pessoas passam a serem perseguidos apenas por serem cristãos, nada diferente do que acontece hoje na China Comunista e em outros países. Inclusive, isso já é realidade há tempos na Nicarágua, governada por um comunista admirado pelo presidente brasileiro. Realmente, muita coisa descrita por Robert Benson já é uma realidade. Observamos na obra a total repulsa por verdades objetivas e absolutas e o desprezo do governo pela individualidade humana. As pessoas deixam de ter direitos naturais à vida e à liberdade e tudo se torna concessão do estado. Esse é o totalitarismo humanista do governo de Felsenburg.

As mídias dessa sociedade humanista negavam a fé católica controlada pelo governo. Eles criavam narrativas mentirosas de que os católicos pregavam o ódio ao próximo, e o autor nos mostra como é fácil um sistema de imprensa monopolizado pelo governo distorcer a realidade. A narrativa era a única coisa que importava, pois com a manipulação da mente das pessoas, o ditador teria sucesso. Quando os católicos se uniram para celebrar uma grande missa, Felsenburg declarou que aquilo era um ato de afronta contra o estado. Afinal, o humanismo maçônico coloca sempre a figura principal do homem em detrimento de qualquer visão de divindade. Já na visão do comunismo marxista, em contraposição, era o estado o centro de tudo. Este deus torna a instituição abstrata, regida com base na violência.

O governo de Felsenburg cria um ministério do culto religioso, que objetiva regulamentar a prática da religião e trazer ao regime humanista um maior controle sobre as pessoas. O estado passou a regular a liturgia do catolicismo. Era também uma forma de rastrear os cristãos e impor uma dominação por parte do estado. E um dos objetivos do ditador era mudar o calendário para que com o tempo, as tradições e datas festivas cristãs fossem se perdendo. Em substituição, o governo humanista criou dias comemorativos baseados na fraternidade universal. Entre eles o dia da maternidade, o dia da vida, da subsistência e o dia da paternidade. As intenções são aparentemente boas e encantam alguns, mas o plano final era retirar a figura de Nossa Senhora e de Jesus do imaginário das pessoas. O jogo era de modificar as mentes para gradualmente mudar a cultura e o imaginário da sociedade, enfraquecendo o cristianismo e espiritualidade.

Após ser presidente do mundo, Felsenburg ganha novos poderes, mas sabe que a última resistência a sua tirania é o catolicismo. Assim, não demora muito para que ditador humanista ordene o bombardeamento de Roma, que ainda era um símbolo da cultura cristã, matando todos os habitantes da cidade. Padres e crianças sofreram brutalmente da violência do regime autoritário. Ao ficar sabendo dessa brutalidade sem sentido, a Mabel, esposa do Oliver, fica transtornada e vê do que o governo de Felsenburg era capaz. Assim, ela foge de casa e vai para uma clínica de eutanásia de onde nunca mais voltou. Posterior a destruição de Roma e o assassinato de todos os cardeais e padres que lá estavam, apenas o cardeal Percy Franklin poderia ser o novo papa. Ele decide então se refugiar em Nazaré, tornando-se assim o novo pontífice, escolhendo 12 novos cardeais.

O romance nos traz não só uma visão apocalíptica de conflitos no mundo e controle de governos ditatoriais, mas acerta em prever a perseguição que hoje ocorre com os cristãos. Não só cristãos, mas qualquer pessoa que defenda a liberdade e a razão, as verdades objetivas, estão sendo censuradas e vistas como inimigas pelos governantes. Um exemplo é que pessoas de direita em geral são acusadas de extremistas e antidemocráticos pela grande mídia. E toda perseguição precede uma demonização de um grupo, de calúnias e mentiras que distorcem na mentalidade popular, o que esse grupo representa. Observamos no romance de Benson como a propaganda e a distorção do imaginário popular foram fundamentais para subjugar a sociedade aos planos do governo global, e tornar pessoas pacíficas, os novos inimigos do estado.

Hoje, infelizmente, podemos ver muitos países ocidentais, senão a maioria, seguindo uma nova religião, o progressismo e seu relativismo moral e ético. Agenda essa que vê no estado a instituição com papel central para impor as políticas autoritárias, seja de gênero, ambientais ou econômicas, com intuito de controlar nossa vida. Vemos como a liberdade diminuiu em diversos países como o Canadá, onde pessoas são caladas e sofrem sanções por se pronunciarem contra o politicamente correto progressista. Religiosos são vistos como retrógrados e inimigos da modernidade e do progressismo, que visa romper com as tradições e dogmas cristãos. Não demora muito para o ditador prepotente do Canadá, Justin Trudeau, considerar ideias e discursos conservadores, pró-vida e família como discursos de ódio. Mas as mudanças políticas lá são assunto para outro vídeo, no entanto, deixamos como recomendação um já produzido pelo canal: “Jordan Peterson CONDENADO à reeducação no CANADÁ”, o link está na descrição.

Enfim, o livro de Robert Benson é recomendado para todos que querem refletir sobre a sociedade moderna e a importância da liberdade, apesar de ter sido escrito há mais de 100 anos. A dicotomia entre espiritualidade contra materialismo e entre as verdades objetivas e universais e o relativismo são mais atuais do que nunca! Provavelmente estamos travando uma batalha intelectual, cultural e espiritual que terão efeitos de longo prazo em todo o mundo, afetando as próximas gerações. Se quiser refletir mais sobre essa guerra cultural, recomendamos o vídeo já lançado aqui no Visão Libertária: “O PIOR está CHEGANDO: a ESTRATÉGIA de ANTÔNIO GRAMSCI”, deixaremos o link na descrição. E por fim, fica a pergunta: qual caminho seguiremos: da liberdade ou da tirania do governo global? Deixe sua resposta aqui nos comentários.

Referências:

LINKS: https://www.youtube.com/watch?v=G96TVQU5In0 https://www.youtube.com/watch?v=ynZp2gLrNrw O PIOR está CHEGANDO: a ESTRATÉGIA de ANTÔNIO GRAMSCI: https://youtu.be/s1HvXEZPDrM Jordan Peterson CONDENADO à reeducação no CANADÁ: https://youtu.be/09GSnm5BxT4

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