População da CHINA está ENCOLHENDO, e isso é um GRANDE PROBLEMA para XI JINPING

Não existe, hoje, nenhum desafio maior para o governo de Xi Jinping, do que o encolhimento da população chinesa.

Se você acompanha o nosso canal há algum tempo, certamente você sabe que a China, dominada pelos burocratas do Partido Comunista, está enfrentando uma série de problemas - muitos dos quais deixam realmente o Ursinho Pooh Xi Jinping de cabelos em pé. Dentre esses BOs, podemos destacar, sem dúvidas, a crise do setor imobiliário do país, seguida de perto por recentes manifestações populares contra as restrições do regime e também questões geopolíticas. Contudo, um novo grande desafio tem se colocado à frente do Partidão, prometendo comprometer, para sempre, a capacidade chinesa de superar seus problemas: o declínio populacional.

A China sempre foi conhecida por ter uma população gigantesca. Embora a contagem oficial da ONU tenha surgido apenas em 1950, estima-se que a China teve a maior população do mundo, de forma contínua, desde 1750. Esse quantitativo, que alcançou a casa das centenas de milhões de pessoas muito cedo, atingiu a marca de 1 bilhão de habitantes em 1982. Para efeitos de comparação: a Índia, que até então era a segunda colocada nesse ranking, demorou quase 20 anos para atingir o mesmo patamar.

Esse crescimento populacional, porém, ficou no passado - a realidade, agora, é totalmente diferente. Pelo segundo ano consecutivo, a população chinesa encolheu. Dados divulgados no início deste ano informam uma redução na população chinesa de 2 milhões de pessoas entre 2022 e 2023. E, a exemplo do que acontece em outras partes do mundo, esse cenário preocupante se deve à baixa taxa de natalidade do país - que segue em franco declínio já há algumas décadas. Agora, a citada Índia se tornou o país mais populoso do mundo - superando a China por 3 milhões de habitantes.

A última vez em que a população da China diminuiu foi no ano de 1960. Naquela ocasião, contudo, a redução na população foi causada não por poucos nascimentos, mas sim por muitas mortes. Era a época do terrível Grande Salto para a Frente, de Mao Tsé-Tung, plano mirabolante que terminaria por condenar milhões de pessoas à fome. De forma geral, portanto, a China sempre teve um crescimento populacional pujante. Porém, sua taxa de natalidade atual - de 6,39 nascimentos para cada mil habitantes - é tão baixa quanto a de países em franco envelhecimento - como Coreia do Sul e Japão. A título de comparação: na década de 1960, essa taxa estava na faixa dos 40 nascimentos para cada mil habitantes.

Veja o tamanho da catástrofe: de acordo com estimativas anteriores, feitas pela ONU, a população da China iria atingir seu pico e começar a decrescer apenas no ano de 2031. Ou seja, o desastre começou uma década mais cedo do que o previsto. Na verdade, o ritmo desse decréscimo está tão elevado, que a redução na população chinesa em 2023 foi o dobro da redução do ano anterior. Agora, estima-se que a população chinesa seja reduzida em 100 milhões de pessoas até 2050, e chegue ao final deste século, 50% menor - ou seja, cerca de 767 milhões de habitantes.

Mas, afinal de contas, onde essa bagunça toda começou? E como as coisas chegaram nesse ponto? Certamente, você sabe bem o que motivou todo esse cenário caótico: em resumo, estamos testemunhando as consequências da desastrosa política do filho único, instituída pelo governo comunista. Qualquer pessoa com os parafusos no lugar já sabia que essa medida daria problema, em algum momento, no futuro. Nós, inclusive, já havíamos previsto, há algum tempo, essa catástrofe populacional, em um dos vídeos mais assistidos aqui do canal: “A armadilha demográfica que demolirá as ambições chinesas” - link na descrição.

Desde que a política do filho único foi instituída, em 1979, a taxa de natalidade chinesa caiu bruscamente. O governo comunista, por óbvio, começou a perceber que forçar a redução da população era uma péssima ideia; assim, em 2016, os comunistas tentaram reverter esse quadro. Naquele ano, o governo instituiu a política de dois filhos, aumentando o limite permitido para cada casal. O que aconteceu, em resposta a mais essa política estatal? A taxa de natalidade continuou caindo. Em 2021, de forma quase desesperada, o governo de Xi Jinping passou a permitir 3 filhos por casal. Ainda assim, a taxa de natalidade atingiu suas mínimas históricas na China.

A crise demográfica, porém, não significa apenas uma população menor a ser extorquida e controlada pelo estado. Isso significa também a semente de um grave problema econômico, que eventualmente pode sequer ter solução. Diversos setores da economia chinesa serão diretamente impactados por esse cenário, seja devido à menor disponibilidade de mão de obra, seja porque não há mais pessoas para consumir seus produtos.

Pense, por exemplo, no setor imobiliário - um dos mais fortes da economia chinesa, e que vem enfrentando sua pior crise. Nós já falamos sobre os problemas desse setor no vídeo: “Crise no SETOR IMOBILIÁRIO chinês pode se arrastar por mais UMA DÉCADA” - link na descrição. Acontece que, atualmente, já existe um excesso de estoque de imóveis na China. Ou seja, tem mais casas e apartamentos do que gente querendo comprar esses imóveis. Agora, se a população chinesa continuar diminuindo, a tendência é que o consumo desses bens caia ainda mais, arrastando todo o setor imobiliário chinês para um verdadeiro buraco negro econômico.

Mas os problemas não param por aí. Uma maior expectativa de vida, aliada a uma taxa de natalidade cada vez menor, sempre representa um envelhecimento da população. E, aí, a coisa tende a desandar de vez, por conta dos problemas previdenciários, e do custo de serviços públicos dedicados, especialmente, às pessoas mais velhas - como os cuidados de saúde. Atualmente, a população economicamente ativa da China representa 62% de todos os habitantes do país. Uma década atrás, esse valor era de 70%. Em outras palavras: tem cada vez menos gente trabalhando, e mais gente dependendo do estado e de outros indivíduos.

Estima-se que o número de aposentados, na China, aumente 60% até 2035, atingindo a inacreditável marca de 400 milhões de indivíduos. Sim, isso representa 2 Brasis, formados apenas por pessoas aposentadas. Como essas pessoas dependem da sociedade produtiva para viver, a balança econômica tende a ficar completamente desequilibrada. Agora, compare esses números com aqueles que apresentamos anteriormente, referentes ao total de habitantes na China no fim do século, e você compreenderá que estamos falando de um país completamente inviável, no longo prazo.

O governo comunista de Xi Jinping tem plena consciência desse fato; portanto, os burocratas chineses tentam reverter esse cenário desde 2015, inclusive dando subsídios em dinheiro e serviços para famílias maiores. Contudo, nem mesmo esses subsídios têm obtido sucesso: houve uma mudança cultural no país, e que talvez seja irreversível. Não obstante todos os esforços do governo chinês, os casais continuam tendo apenas 1 filho, preferencialmente do sexo masculino. E sim, estamos falando de um problema de abortamento seletivo - algo tão sério, que preocupa até mesmo o governo comunista.

A verdade é que a China está enfrentando um desafio semelhante àquele enfrentado, há algum tempo, por países como Japão e França - e que nós, brasileiros, também enfrentaremos, em breve. Trata-se de uma característica de nossos tempos - mas que, sem dúvidas, é piorada pela ação do estado. A coisa, contudo, se torna ainda mais grave, quando temos um governo comunista controlando a vida de mais de 1 bilhão de pessoas. Basta olhar para esse exemplo chinês, e nós perceberemos o quanto o estado é responsável pelo atual cenário.

No passado, foram realizados mais de 300 milhões de abortos obrigatórios, impostos pelo estado comunista às famílias que já tinham 1 filho. Após décadas de violência contra os indivíduos, as famílias pequenas se tornaram um componente cultural da China. Por conta disso, muitos casais deram preferência a ter um filho homem - algo que desequilibrou, por completo, a balança entre a população masculina e feminina. Hoje, esse excesso de homens e de filhos únicos é um enorme problema para a economia chinesa, e até mesmo para a proteção do país. E, de forma geral, tudo isso foi causado pelo estado.

Veja como a intervenção estatal funciona como uma verdadeira bola de neve. O governo chinês acreditava que a população do país, no final dos anos 1970, era insustentável. Por isso, os burocratas tiveram a brilhante ideia de proibir as pessoas de terem filhos. Com o tempo, essa cultura se enraizou na mente dos chineses, de tal forma que ter uma família numerosa já não é visto como uma bênção, ou um privilégio - é, apenas, estranho e ilegal.

Contudo, logo os problemas econômicos vieram - e, aí, o governo comunista achou que a coisa seria resolvida com mais intervenção estatal. Os burocratas chineses passaram a oferecer subsídios para as famílias, permitiram o aumento do número de filhos, e incentivaram a aquisição de imóveis pelos jovens, para que novas famílias fossem criadas. Passados quase 10 anos do início dessas medidas, contudo, o tiro parece ter saído pela culatra: fazia tempo que a China não passava por um problema tão grande assim.

Não é possível, hoje, determinar o futuro da China; afinal de contas, não há nada com o que possamos comparar o gigante asiático. Nunca houve, na história humana, um experimento social tão abrangente, como o controle de natalidade promovido pelos comunistas da China. A única coisa que podemos afirmar, sem medo de errar, é que, enquanto o comunismo der as cartas no território chinês, os problemas, longe de serem resolvidos, serão apenas amplificados e multiplicados. Para a China, e para qualquer outro país neste mundo, só existe uma solução: a liberdade para os indivíduos, por meio do fim do estado.

Referências:

https://www.dadosmundiais.com/asia/china/crescimento-populacao.php

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1105200011.htm

https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/01/populacao-da-china-diminui-pela-primeira-vez-em-mais-de-60-anos.ghtml

“A armadilha demográfica que demolirá as ambições chinesas”:
https://www.youtube.com/watch?v=PgAKCL4ixFs

“Crise no SETOR IMOBILIÁRIO chinês pode se arrastar por mais UMA DÉCADA”:
https://www.youtube.com/watch?v=_hSZc4iEek0&pp=ygUYdmlzw6NvIGxpYmVydMOhcmlhIGNoaW5h