28 Set. 2023
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Por que os peruanos estão fugindo de seu próprio país?

Uma verdadeira tragédia humanitária tem se abatido sobre a população peruana nos últimos anos. O Peru, país que ainda possui um IDH superior ao do Brasil, tem visto um verdadeiro êxodo de seus habitantes, especialmente no período após a recente crise sanitária. No ano passado, 400 mil peruanos abandonaram o país. Já em 2023, até a metade do ano, esse número já supera os 415 mil.

Esse quantitativo surpreende não apenas por sua dimensão - afinal de contas, estamos falando de um país com uma população de 30 milhões de pessoas. A coisa fica realmente assustadora quando comparamos a evolução desses números: em 2021, o número de peruanos que abandonaram o país foi de 110 mil. Já naquela época, era um número grande; só que ele é quase 4 vezes menor do que no atual cenário.

A maior parte dos peruanos que abandona sua terra natal foge, de forma clandestina, para países mais desenvolvidos. Países próximos, como o Chile, ou mais distantes, como a Espanha, e que possuem a facilidade do idioma, costumam ser o destino de grande parte dessas pessoas. Porém, o destino mais procurado é, de fato, os Estados Unidos: centenas de milhares de peruanos viajam para o México, onde buscam atravessar, de forma ilegal, a fronteira do norte.

Mas, afinal de contas, o que leva tantos peruanos a abandonar seu país de origem? A verdade é que, desde 2018, já havia um considerável movimento migratório em curso no Peru. O grande motivo, como era de se esperar, é a questão econômica: o país está estagnado há muitos anos, sem ter qualquer perspectiva de retomada de um saudável crescimento econômico. Naquele ano, milhares de peruanos já cruzavam as fronteiras para buscar oportunidades e melhores condições de vida em outros países.

Durante a crise sanitária, a partir de 2020, com o fechamento das fronteiras, o movimento migratório arrefeceu. Porém, quando as coisas voltaram à normalidade, a fuga de peruanos se restabeleceu com todo o ímpeto perdido nos anos anteriores. Afinal de contas, a economia do Peru estava ainda mais deteriorada, após a crise do vírus chinês: apenas em 2020, o PIB do país despencou 11%. Como consequência disso, a pobreza no país também disparou: atualmente, o número de peruanos vivendo abaixo da linha da pobreza é 7,3% maior do que o já elevado número de 2019.

Como pouca desgraça na vida do pobre latinoamericano é bobagem, o Peru também sofre com o problema da instabilidade política. Poucos meses atrás, o presidente esquerdista, Pedro Castillo, tentou dar um golpe de estado no país, e acabou sendo preso por conta do fracasso de seu intento. Nós, inclusive, falamos sobre esse tema na época, no vídeo: “O DESASTRADO GOLPE de PEDRO CASTILLO no PERÚ desnuda a ESQUERDA DEMOCRATA LATINO AMERICA” - link na descrição.

Na verdade, o Peru já teve nada menos que 6 presidentes desde 2018, o que demonstra que a instabilidade política é mesmo um problema crônico no país. E um dos resultados práticos desse cenário é que o investimento estrangeiro simplesmente parou de entrar no país. Afinal de contas, ninguém quer investir em um lugar terrivelmente instável, e cujo governo pode ser derrubado a qualquer momento, por outro governo com regras próprias que ainda são desconhecidas. A partir daí, fica fácil entender como a economia do Peru se estagnou nos últimos anos. O país não consegue crescer, a pobreza aumenta, e a população perde sua perspectiva.

E como geralmente acontece nesse tipo de cenário deprimente, a sociedade peruana vem sofrendo com um brutal aumento na violência. Com o esfacelamento da economia, o desemprego aumentou - e isso foi mais agravado por conta da crise sanitária. O desemprego levou muitas pessoas a adotar o crime como forma de vida, o que piorou ainda mais a situação geral do povo peruano.

Cerca de 80% dos cidadãos do Peru se sentem inseguros ao transitar pelas ruas do país, e isso por causa do crime e da delinquência. Já 42% dos peruanos afirmam ter sido vítimas de algum tipo de crime nos últimos 3 anos. Para muitos dos cidadãos peruanos que resolvem abandonar sua pátria e deixar seu lar para trás, a questão da violência é o fator decisivo em sua motivação para buscar outro pedaço de terra para recomeçar sua vida.

A verdade, contudo, é que o problema peruano não é exclusividade do país andino, berço das mais antigas cidades do continente. O que vemos acontecer no Peru, nos últimos anos, é apenas um cumulativo de problemas típicos de governos de esquerda, estabelecidos na América Latina. Os países mudam, os atores políticos são diversos, os nomes dos partidos são diferentes. Mas, na prática, o modus operandi da esquerda na região é sempre o mesmo; e, de forma não surpreendente, os mesmos trágicos resultados são observados em todos esses países.

Nações governadas pela esquerda geralmente sofrem com o inchaço do aparato estatal, que cresce às custas da iniciativa privada, sufocando a economia. Conforme o tempo passa, o setor privado começa a dar sinais de exaustão. Ao invés de reduzir o estado e interromper as intervenções, o que o governo esquerdista faz é dobrar a aposta, interferindo ainda mais na economia. Com mais essa rodada de ação estatal, e como fruto de incontáveis medidas desastradas, a economia piora ainda mais, em uma espiral descendente que é característica desse tipo de país. No longo prazo, os efeitos na sociedade são terríveis. A tendência é sempre observarmos, nesses lugares, o aumento da pobreza e, por fim, o êxodo da população.

Essa é a realidade, por exemplo, da Venezuela - o país que detém as maiores reservas de petróleo do mundo, mas cujos postos de combustíveis estão sempre vazios. Ao longo de décadas no comando do país, os socialistas destruíram uma economia bastante promissora, lançando milhões de cidadãos na miséria. Foi por isso que, alguns anos atrás, acompanhamos a tragédia migratória venezuelana: mais de 5 milhões de pessoas atravessaram as fronteiras, fugindo da crise.

A Argentina também tem passado por algo semelhante, ainda que números bem menores - mas que, contudo, têm crescido com consistência nos últimos meses. O fato é que, em um governo socialista, a fuga dos cidadãos se torna inevitável. É assim em Cuba, foi assim na Alemanha Oriental, e, de forma ainda mais dramática, ainda é assim na Coreia do Norte. Trata-se de uma verdadeira tragédia humanitária, travestida de “experimento social”.

Por outro lado, a tendência é que as pessoas, oprimidas por esses regimes criminosos, fujam o mais rápido possível para o pedaço de terra capitalista mais próximo que possam encontrar. Nações que possuem mais estabilidade, melhores condições, mais liberdade e menos estado são os destinos preferidos desses refugiados. É por isso que tantos peruanos percorrem a América Latina inteira para chegar, ainda que de forma ilegal, aos Estados Unidos. É melhor viver de forma clandestina na terra da liberdade, do que emigrar para países vizinhos que são tão ruins quanto o próprio Peru. Em matéria de América Latina, a fuga para territórios vizinhos costuma ser um clássico caso de “trocar seis por meia dúzia”.

De qualquer forma, não podemos esperar que, no curto prazo, a situação peruana se resolva. A constante instabilidade política que castiga o país e seu povo não parece ter uma solução imediata. E, enquanto esse caótico cenário prevalecer, a situação econômica só tende a piorar. Como consequência, vamos continuar vendo o fluxo migratório de pobres peruanos, atravessando o continente para fugir do socialismo. A verdade é que, enquanto essa nefasta ideologia continuar sendo adotada por governos ao redor do mundo, de uma forma assustadoramente natural, a coisa não vai mesmo se resolver. Crises humanitárias continuarão se espalhando, levando milhões de indivíduos a deixar tudo para trás, para tentar a vida longe de sua pátria. Tudo isso, por conta da ideologia socialista.

Referências:

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c51rvn6z3l7o https://www.youtube.com/watch?v=oWHicwzvvQw&pp=ygUhdmlzw6NvIGxpYmVydMOhcmlhIHBlZHJvIGNhc3RpbGxv

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