Trabalhos com mais LIBERDADE através do NOMADISMO DIGITAL

O nomadismo digital e a internet estão fazendo do mundo um lugar mais livre, independente de política e linhas rabiscadas em um guardanapo qualquer.

O nomadismo digital é um estilo de vida que permite a uma pessoa trabalhar remotamente enquanto viaja. Tal estilo de vida é possível graças à internet e às possibilidades oferecidas por esta ferramenta. Embora o trabalho remoto e o nomadismo digital sejam comuns hoje, esse estilo de vida não é tão recente como muitos imaginam. Há aproximadamente uma década e meia, centenas de pessoas já viviam assim, mas tal estilo de vida era para uma seleta parcela de indivíduos. No entanto, desde o ano de 2020 o mundo passou por uma grande transformação nesse sentido. Há quatro anos houve uma mudança sem precedentes ocasionada por um micróbio chinês e políticas governamentais que mais pareciam providas de uma sociedade orwelliana. Pessoas e empresas tiveram que se adaptar em pouquíssimo tempo e o avanço no modelo de trabalho através da internet foi notável. Afinal, a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar, sem precisar se deslocar de ponto A ao ponto B, evitando assim trânsito e transporte público lotado são grandes vantagens que esse estilo de vida proporciona. Antes restrito a uma singela parcela da população, agora presente em várias vagas de emprego, mais pessoas se tornam adeptas dessa modalidade, seja você um funcionário de uma empresa, seja um freelancer prestador de serviço, seja um investidor que vive de renda passiva. Tudo isso, é apenas a ponta do iceberg.

Segundo um relatório da Fragomen, a mais antiga empresa de imigração do mundo, publicado em 2022, há aproximadamente 35 milhões de nômades digitais no mundo, e o número pode chegar a um bilhão e meio até 2035. Mas afinal, o que define um nômade digital? São pessoas que trabalham remotamente através da internet, não tem uma moradia fixa, não possuem nenhum vínculo com um local específico, não têm trabalhos convencionais e contam com a flexibilidade e a conectividade da internet. Trabalham para uma empresa ou por conta própria, ou até mesmo vivendo de renda provida de investimentos. Estes indivíduos trabalham de lugares variados, desde quartos de hotel, Airbnb, cafés, espaços de coworking, entre outros.

Essa liberdade permite que o nômade digital explore novos lugares e culturas, descubra novos ambientes, aprenda novas línguas, expandindo sua visão de mundo enquanto trabalha. Tal termo foi criado e usado pela primeira vez por Tsugio Makimoto e David Manners no livro chamado “Digital Nomad”, publicado em 1997 e que num trecho que beira à premonição, escreveram: “redes sem fio de alta velocidade e dispositivos móveis de baixo custo quebrarão o vínculo entre ocupação e localização”. Enquanto no livro “The Sovereign Individual: Mastering the transition to the informational age” que numa tradução livre ficaria: “O indivíduo soberano: Dominando a transição para a era da informação”, publicado também no mesmo ano por James Dale Davidson e Lord William Rees Mogg é mencionado o seguinte: “qualquer pessoa com um computador portátil e um link de satélite vai poder conduzir quase toda e qualquer informação de negócios para qualquer lugar”. Infelizmente tais livros foram ignorados pelo público e crítica na época, mas o conceito de nômade digital ressurgiu novamente dez anos depois com o lançamento do livro “Trabalhe quatro horas por semana” de Timothy Ferriss em 2007, que além de escritor, é empresário e investidor. O livro foi um grande sucesso e alcançou a posição número um, se tornando best seller do New York Times e do The Wall Street Journal.

No Best Seller, Tim Ferriss nos apresenta uma nova perspectiva sobre o trabalho e como vemos o labor e a vida no geral. A obra defende que não devemos trabalhar exaustivamente e viver poupando cada centavo de forma quase que religiosa a fim de viver a vida só na aposentadoria. Afinal, estaremos velhos, fracos e sem energia e vigor. O livro oferece dicas práticas para que empreendedores e trabalhadores online possam otimizar suas rotinas a fim de eliminarem tarefas inúteis, delegando outras que não são tão essenciais a fim de não só gerenciar melhor seu negócio, mas também ter mais tempo livre e aproveitar a vida. Ferriss também dá orientações práticas para aqueles que querem trabalhar online, mas que continuam amarrados a empregos mais tradicionais e para aqueles que desejam começar do zero na sua jornada online.

Mas afinal, o que tudo isso tem a ver com liberdade e libertarianismo? Absolutamente tudo! O indivíduo é soberano de si, com renda advinda da internet, sendo livre de amarras de um trabalho tradicional num cubículo de escritório ou na escravidão da escala 6×1. Além disso, não é refém daquela escravidão fascista criada na década de 1930 chamada CLT. Por fim, não contribui com a pirâmide financeira da aposentadoria estatal, desfrutando assim, de liberdade geográfica podendo se locomover pelo globo da forma que desejar. Mas, então, por que raios alguém nessa situação se importaria com política em primeiro lugar?

Ao contrário do que alguns podem pensar, os milhares de adeptos desse estilo de vida não viraram libertários e ancaps muito rapidamente. E muitos igualmente não acordaram num dia aleatório e de repente começaram a ler Rothbard, Mises e Hayek, gritando aos quatro ventos que imposto é roubo. Como dito aqui no canal várias vezes, a tecnologia por sua própria natureza é disruptiva e está sempre trazendo inovações, as quais permitem uma maior criação de riqueza pelo ser humano sem a necessidade de trabalhar mais horas ou fazer trabalhos mais pesados. Isso ocorre há milênios, desde a invenção da roda, passando pelas caravanas, pela prensa de Gutemberg, chegando à criação de uma rede internacional descentralizada e sem fronteiras de informações. Esta por sua vez, abriu caminho para o surgimento de uma moeda descentralizada, apolítica e criptografada que só existe no meio virtual e é diferente de todo e qualquer tipo de dinheiro que já existiu antes. E sim, estamos falando da internet e do bitcoin.

Tal como a moeda criada por Satoshi Nakamoto, esses indivíduos são indiferentes ao estado, podendo escolher em qual jurisdição vão estabelecer suas empresas, em quais países vão escolher para viver e abrir suas contas bancárias. Em suma, países competem por esses indivíduos, e como acontece em qualquer mercado, os que oferecerem as melhores condições vão sair na frente, e os que insistiram em seguir o velho caminho jurássico ficarão para trás. Por exemplo, sabia que o Paraguai e a Geórgia têm sistema de tributação territorial, significando que você não paga nenhum imposto da renda vinda de fora do país? Pois é, e você ficando aqui no Brasil, viu?

A Romênia, país do leste europeu, outrora comunista, até algumas décadas atrás tinha uma ótima vantagem fiscal para as empresas: se sua entidade faturasse menos de um milhão de euros, pagaria apenas 3% de imposto. E se contratasse um funcionário romeno, pagaria somente 1%. Já pensou no total de imposto que teria que pagar em uma empresa aqui no Brasil? Pois é. Há ainda o método chamado de trifeta: quando nômades passam quatro meses em cada país sem se tornarem residentes fiscais, aproveitando apenas os bônus dos lugares onde estão, e em todos os exemplos apresentados, pagando uma quantia irrisória ou até mesmo 0% de imposto legalmente, MAS FICA AQUI O AVISO: Este vídeo não é um conselho de imigração ou investimento, contrate um profissional de confiança e faça sua própria pesquisa.

Passar um inverno nos alpes suíços e quando cansar do frio, ir para uma praia paradisíaca na Tailândia e aproveitar um belo dia de sol. Passear numa metrópole como Cidade do México ou São Paulo e quando o agito da cidade começar a incomodar, ir para cidades interioranas como Viana do Castelo em Portugal ou Gramado. Com múltiplos passaportes e habilidades para ganhar dinheiro online, fluência em mais de um idioma, esses indivíduos se tornam praticamente imunes à tirania estatal. Se as políticas de um país se tornarem insuportáveis, podem simplesmente fazer as malas e seguir para outro destino sem se importarem com eleições e outras baboseiras do tipo. Esta mensagem não é só sobre tendências do futuro do trabalho e uma nova visão de mundo, é também sobre liberdade e o empoderamento do indivíduo frente ao leviatã, provando que fronteiras não são nada além de linhas rabiscadas em papel, no qual cada bandido estacionário pode usurpar as pessoas dentro daquele lugarzinho. Cabe a você como indivíduo buscar sua liberdade e independência e não depender de políticos messiânicos e salvadores da pátria, pois a salvação é individual.

Referências:

https://www.infomoney.com.br/carreira/nomadismo-digital-e-uma-realidade-para-35-milhoes-de-pessoas-no-mundo/

https://pumble.com/learn/pt/digital-nomad-visa/statistics/

https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/nomades-digitais-estilo-de-vida-pode-ser-adotado-por-ate-1-bilhao-de-pessoas-ate-2035/

https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/anywhere-office-e-tendencia-que-veio-para-ficar-diz-patricia-travassos/

https://www.settee.io/article/romenia-o-pais-europeu-com-o-melhor-regime-para-pequenas-empresas

https://www.norberthires.blog/the-sovereign-individual-book-review/

https://thiagonasc.com/livros/livro-trabalhe-4-horas-por-semana

https://12min.com/br/nomade-digital-resumo